Alagoas

Em meio à crise, empreendedores alagoanos apostam em alternativas para manter clientes

08/04/2020
Em meio à crise, empreendedores alagoanos apostam em alternativas para manter clientes

A pandemia do novo coronavírus tem desafiado empresários das micro e pequenas empresas em todo o mundo. Diante das medidas preventivas adotadas pelo Poder Público, os empreendedores precisam buscar alternativas que possam ajudá-los a superar os efeitos da crise econômica ocasionada em decorrência da rápida propagação da Covid-19.

Para o médico veterinário e empresário Jamerson Davis, proprietário da Maceió Pet Club, localizada no bairro do Feitosa, em Maceió, a principal dificuldade do estabelecimento, neste momento de crise, é a redução significativa do fluxo de clientes. “Com toda a situação e as medidas protetivas, o número de clientes reduziu bastante tanto para a hospedagem quanto para a recreação. Inclusive tivemos alguns cancelamentos de reserva. E isso impacta bastante no caixa da empresa”, disse.

Para enfrentar os efeitos da crise, o empresário conta que está investindo na imagem da empresa, estreitando ainda mais a relação com os clientes por meio do uso das ferramentas digitais.

“A empresa está buscando nesse momento trabalhar o relacionamento dela com os clientes (e os futuros clientes) através das redes sociais, oferecendo conteúdos, dicas e até exemplos de atividades que os tutores podem realizar com seus cães. O objetivo é trabalhar o nome da marca, criar a experiência e relação positiva para que, após a crise, a gente retorne mais forte”, destacou.

Segundo a psicóloga e empresária Vanessa Fagá, proprietária da empresa Vida Criativa Clube da Longevidade, as medidas de distanciamento social têm provocado muitas mudanças na rotina dos clientes, que já estavam acostumados com os momentos de socialização e de atividades realizadas coletivamente.

“Atendemos pessoas da geração 60+, por isso, nossas atividades foram diretamente afetadas. Como a gente se encontra uma vez por semana e propõe atividades integrativas, como oficinas e eventos culturais, por exemplo, ficou decidido que as atividades presenciais seriam suspensas até o fim de março. Então, foi um baque muito grande para o negócio e, também, para os clientes”, contou.

A empresária conta, ainda, que também tem apostado no uso da tecnologia para se adaptar aos novos desafios e amenizar os efeitos da quarentena na vida dos clientes. “O nosso propósito é gerar ocupação criativa para as pessoas da geração 60+, além de promover o bem-estar, a qualidade de vida e a conexão entre as pessoas. Então, começamos a sentir uma necessidade de se fazer presente e de continuar promovendo as conexões, por isso, decidimos gerar conteúdo confiável com dicas sobre o que fazer neste momento para transmitir aos clientes por meio das redes sociais”, afirmou.

Além de produzir conteúdo para as mídias digitais, a empresa Vida Criativa Clube da Longevidade tem apostado em outras iniciativas solidárias, ou seja, sem custo para pessoas da melhor idade, como a realização de compras em supermercados e passeios com animais.

“Também mandamos mensagens utilizando WhatsApp e ligamos para alguns clientes que se encontram numa situação mais delicada, que já vinham apresentando um quadro de depressão. Além disso, a gente vai testar agora em abril, através da plataforma Zoom, um modelo de oficina à distância, entregando kits nas casas dos clientes. Por meio dessas iniciativas, estamos fortalecendo e nossa relação com os clientes e a nossa marca”, ressaltou a empresária Vanessa Fagá.

O gerente da Unidade de Relacionamento Empresarial do Sebrae em Alagoas, Marcos Alencar, afirma que o momento atual exige do empresário muita cautela. “Mudar é fundamental, mas não se deve fazer de forma abrupta. A recomendação é que o cliente observe se o modelo de negócio atual pode ser reformatado para um modelo mais eficiente. Por exemplo, salão de beleza e meios de hospedagem, dentro da realidade local, não têm como oferecer serviço sem o contato humano”.

“Outros segmentos podem atuar em modelos alternativos, como lanchonete e restaurante, mas a experiência do contato humano é igualmente muito importante para esse tipo de negócio. Os modelos de negócios não precisam mudar radicalmente agora, mas precisam se adaptar ao novo perfil de cliente que está surgindo”, complementou.

Marcos Alencar enfatiza a importância de iniciativas adotadas pelo Sebrae em Alagoas diante do momento de crise e adaptação dos pequenos negócios locais. “O Sebrae vem orientando o cliente a, inicialmente, se acalmar. Essa fase vai passar. Depois, é preciso focar na informação que é útil. Além disso, estamos com diversas soluções digitais de atendimento, capacitação e consultoria, que o cliente pode acessar gratuitamente. São mais de 100 cursos online inteiramente grátis. As consultorias são subsidiadas em 70%”, destaca o gerente do Sebrae.