Vereadores correm para se filiarem a outros partidos aproveitando a janela eleitoral

As novas regras para a eleição de 2020 como o fim das coligações partidárias e o novo cálculo para o coeficiente eleitoral poderão fortalecer as legendas e facilitar a vitória de candidatos sem estrutura eleitoral. E os partidos estão ultimando as filiações dos nomes para disputar a eleição proporcional em 2020. Nesse diapasão, muitos correm longe das legendas com os atuais vereadores que terão dificuldades em arranjar espaço e alianças em partidos menores.

Em Palmeira dos Índios, para chegar a Câmara, partidos já contabilizam a possibilidade de 300 votos ou até menos, a depender do coeficiente eleitoral. Em Arapiraca, por exemplo, um vereador poderá se eleger apenas com 700 votos.

Mas tudo depende da organização partidária e dos nomes que estarão compondo a lista de candidatos que só poderá ser feita até o próximo, sábado 04.

Por exemplo, vereadores de mandato com grande estrutura política não devem fazer parte dessas chapas com candidatos de menor potencial logístico e poucos recursos financeiros.

Na cidade palmeirense, existem partidos com listas de até 60 nomes de pré-candidatos (mesmo que só comportem 30 contabilizando a proporcionalidade homem/mulher) que irão disputar o pleito e sonham com uma das 15 vagas existentes na Casa Legislativa.

O sonho do mandato legislativo não chega a ser um ato de civismo ou de cidadania, para querer servir ao povo através da prática de legislar e fiscalizar o Poder Executivo, ações principais do vereador.

Muitos estão de olho gordo no subsídio mensal que cada um recebe mais as regalias com assessorias, verbas de gabinete, combustível e alguns até com cargos para parentes no Município em troca de apoio para o prefeito de plantão.

Mas imagine tudo isso tendo apenas de trabalhar 2 horas por semana (ou seja, oito horas por mês). É um belo emprego, ou não?

Desespero
A cada instante que se aproxima o dia final para as filiações a pressão aumenta e os dirigentes partidários ficam em polvorosa e com a calculadora na mão.

Os atuais vereadores palmeirenses estão com os nervos à flor da pele, porque sabem que terão que se juntar num chapão e fatalmente dois ou três nomes da atual legislatura sobrarão no pleito de 4 de outubro.

Muitos deles pressionam os candidatos majoritários em busca de um lugar ao sol, mas os tempos são de chuva e certamente alguns destes irão se molhar na disputa eleitoral.

Fundo eleitoral para vereador é fake news.

A consideração é do presidente do PRTB, em Alagoas, Adeilson Bezerra, grande articulador político.

“Metade do recurso do fundo eleitoral fica na nacional para investir em lideranças. E metade é dividida pelo número de parlamentares eleitos”, explicou.

Em Alagoas, os deputados ficarão no máximo com R$ 2 milhões desse fundo, segundo cálculo de Bezerra.

“Pegar esse dinheiro para fazer campanha para vereador é impossível porque as prioridades são os prefeitos. Vai ter deputado se complicando para cumprir alguns acordos”, alertou.

Ironicamente, na formação de chapas a vereador em todo estado, principalmente em Maceió, Palmeira dos Índios e Arapiraca, o que mais influencia é a questão da contribuição que partido fará para cada um dos concorrente.

Adeilson Bezerra diz que só vale a pena montar chapas com base no fundo partidário/eleitoral se o dinheiro der para bancar a campanha.

“Fora isso, é chamar a Polícia Federal para dentro da campanha. O candidato se complica e ainda tem de responder na polícia e na Justiça”, disse.