Alagoas

Governo estuda ampliar rigor para impedir eventos com aglomeração de pessoas

18/03/2020
Governo estuda ampliar rigor para impedir eventos com aglomeração de pessoas
“Qualquer tipo de aglomeração de pessoas amplia a capacidade da disseminação da doença no estado”, disse Renan Filho

“Qualquer tipo de aglomeração de pessoas amplia a capacidade da disseminação da doença no estado”, disse Renan Filho

“O Estado vai ter que impedir a realização de todo tipo de eventos com mais pessoas. Quando eu falo Estado é o Estado Democrático de Direito, o governo, as prefeituras municipais, todos trabalhando juntos, com o fortalecimento da Polícia Militar, para que a gente não dê autorizações futuras e suspenda aquelas que já foram dadas”. A declaração do governador Renan Filho sobre aglomeração de pessoas, nesta quarta-feira (18), reflete a preocupação com o aumento do número de casos de coronavírus em todo o país e na região Nordeste.

“Aqui em Alagoas só temos um caso e o paciente se recupera muito bem. Mas a tendência no Brasil inteiro é de ampliação. Pernambuco, por exemplo, já registrou um aumento significativo de ontem pra hoje. Então, a gente precisa se prevenir, se cuidar, reduzir aglomerações. Tudo com serenidade, para que o efeito do surto de Covid-19 em Alagoas permita que a estrutura de saúde pública dê as respostas necessárias”, afirma Renan Filho.

O governador disse que será avaliada a diminuição gradativa da quantidade de público prevista pelo Decreto 69.501, publicado na última segunda-feira (16) no Diário Oficial do Estado (DOE), para evitar que organizadores de eventos tentem burlar a regra. A preocupação em relação às aglomerações, segundo Renan Filho, é legítima e as medidas adotadas preventivamente pelo Estado precisam ser seguidas.

“É fundamental a colaboração do público, porque um decreto é uma regra. Se a regra não é cumprida, não teremos os resultados esperados. O decreto impede a realização de eventos em ambiente aberto com mais de 500 pessoas. Ontem, o organizador de um evento em Japaratinga divulgou a venda de 499 ingressos, como se não fosse trabalhar ninguém nos bares, na segurança do evento. Ou seja, isso é uma burla à regra e eu pedi imediatamente que a Polícia Militar impeça a realização desse evento e de outros”, informou Renan Filho.

O governador também apelou para que outros encontros religiosos, culturais, esportivos e festivos não sejam realizados durante os próximos 15 dias, período em que vigoram, inicialmente, as medidas adotadas em Alagoas para enfrentar a Covid-19. “Qualquer tipo de aglomeração de pessoas amplia a capacidade da disseminação da doença no estado”, reforçou.

Evitar aglomerações é importante não apenas em Maceió, mas também nas cidades do interior, onde há apenas casos suspeitos em análise. O governador também pediu para que, quem puder, evite sair de casa na próxima quinzena. “Quem puder ficar em casa nesse período, é importante para correr menos risco de ser contaminado. Evitar academias, evitar transporte público muito lotado para quem pode evitar”, finalizou.

“Medidas são fundamentais”

Renan Filho lembrou que, apesar da gravidade do momento, é preciso evitar o pânico. Porém, o cumprimento das medidas de contenção estabelecidas pelos governos é fundamental para evitar que o Brasil repita a situação de países como a China e a Itália. “É importante que a gente evite aglomeração e evite um surto muito rápido da doença. Porque se a doença vier com um surto muito rápido, vamos ter as dificuldades que outros países tiveram, como a China, com o contágio de muitos profissionais da saúde, médicos, enfermeiros, com dificuldade no sistema hospitalar”, lembrou.

O governador ressalta ainda que, com calma e sem entrar pânico, a população deve priorizar ficar em casa, se possível, e cuidar dos idosos e doentes crônicos, que são o grupo com maior risco de morte. “Ao redor do mundo, muitas vezes as crianças pegam essa doença, não desenvolvem sintomas, mas contaminam os mais velhos. E os mais velhos podem chegar à morte. Enfrentar a Covid-19 exige que o Governo esteja preparado e conectado com o que deve ser feito, mas que as pessoas também estejam”, finalizou.