Alagoas

Ruínas de São Bento, em Maragogi (AL), são restauradas pelo Iphan

22/02/2020
Ruínas de São Bento, em Maragogi (AL), são restauradas pelo Iphan

Quem visita as ruínas da Igreja de São Bento, em Maragogi (AL), vivencia uma experiência inesquecível: um verdadeiro mergulho pela história, à beira do mar de cores vibrantes da chamada Costa dos Corais. Construída no século XVII, a igreja entrou em processo de abandono e arruinamento na década de 1970 e, de lá para cá, tornou-se ponto turístico da região, atraindo visitantes pela combinação das belezas naturais com as memórias contidas no sítio arqueológico.

A partir de agora, esse espaço será restaurado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em obra que vem promover seu escoramento estrutural e a consolidação das ruínas como atrativo turístico. Serão investidos R$ 585 mil na intervenção, para implantação da devida infraestrutura de acessibilidade e um memorial, promovendo as ruínas de São Bento para os visitantes, mas também valorizando a região para os moradores, que ainda utilizam o local para algumas cerimônias religiosas.

A obra é parte de um conjunto de ações que vem sendo promovidas pelo Iphan em Alagoas, com recursos do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), coordenado pelo Ministério da Justiça. Em União dos Palmares, no leste alagoano, outra obra está sendo realizada, também com o foco em ampliar o potencial turístico da região, somado à promoção e salvaguarda de seu patrimônio arqueológico. A restauração da Casa de Jorge de Lima, iniciada em janeiro, irá receber R$ 528 mil para a total reestruturação do edifício, que abriga o acervo arqueológico do Parque Histórico Nacional da Serra da Barriga.

A Casa de Jorge de Lima é um equipamento cultural da Universidade Federal de Alagoas, em celebração à vida e obra do poeta alagoano, que agora sediará também uma exposição do Centro Arqueológico Palmarino, que inclui mais de 50 mil artefatos encontrados na região da Serra da Barriga e os resultados oriundos de pesquisas arqueológicas desenvolvidas nos últimos 30 anos na região. O prédio abrigará ainda o acervo da reserva técnica do sítio arqueológico do Quilombo dos Palmares. Toda a edificação será restaurada, permitindo sua adequação enquanto espaço de guarda, de pesquisa e de referência da memória do povo alagoano e brasileiro.

Investimentos no Patrimônio Cultural

As obras de Maragogi e União dos Palmares se somam à restauração da Igreja de Nossa Senhora do Amparo, em Marechal Deodoro, iniciada em dezembro de 2019, e que também conta com recursos do FDD. Coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Fundo reúne recursos provenientes de condenações judiciais, multas e indenizações para a reparação de danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Entendidos como reparação à ordem econômica e outros interesses difusos e coletivos, esses valores são, então, destinados a projetos de órgãos públicos e entidades civis, selecionados a partir de decisão do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos. Em 2019, o Iphan pleiteou a aprovação de diversas ações, tendo sido aprovados 20 projetos, que somam recursos de quase R$ 73 milhões em investimentos para sete estados brasileiros: Alagoas, Amazonas, Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Outras obras no Estado também vêm sendo realizadas com investimentos do Iphan, como a requalificação urbanística do Largo de São Gonçalo, em Penedo; as requalificações do Largo da Igreja Matriz e do Largo da Igreja do Bonfim, em Marechal Deodoro; e a restauração da igreja de Nosso Senhor Bom Jesus dos Martírios, em Maceió. Ao todo, elas somam mais de R$ 16 milhões em recursos aplicados no Patrimônio Cultural de Alagoas.