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‘O Brasil não pode negociar isoladamente’, diz ex-embaixador brasileiro
Ex-embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa vê como positivas as potenciais discussões bilaterais entre o Brasil e a China, mas acha que é uma simplificação dizer que o País está começando a negociar uma área de livre-comércio.
Como o sr. vê a iniciativa do governo de discutir a possibilidade de criar uma área de livre-comércio entre o Brasil e China?
Acho que a criação de uma área de livre-comércio do Brasil com China ou mesmo com Estados Unidos são ideias que estão em exame, mas é para uma perspectiva de médio e longo prazo. O que o governo está tentando fazer, e acho correto, é simplificar os procedimentos, desburocratizar para facilitar o comércio, o que é diferente de criar uma área de livre-comércio.
Por quê?
Uma área de livre-comércio implica em negociações de produtos. Isso toma muito tempo. O que está sendo discutido é ampliar o comércio entre o Brasil e a China, o que vai no interesse dos dois lados. Mas acho muito difícil hoje pensar numa negociação de uma área de livre-comércio entre Brasil e China porque tem de ter uma discussão muito mais ampla no meio empresarial, coisa que não foi feita.
Mas o fato de o governo buscar esse diálogo não é importante?
Uma negociação do Brasil com a China ou EUA precisa ser combinada com os outros parceiros do Mercosul. Temos um tratado em vigência. O Brasil não pode fazer uma negociação isolada sem levar em conta o tratado de Assunção, que criou o Mercosul.
Quais os benefícios de um acordo com a China?
Com a China, tem uma ação muito importante do país como produtor industrial, de novas tecnologias.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Mônica Scaramuzzo
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