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Jesus perde pênalti, Messi volta com gol e Argentina amplia o jejum do Brasil

15/11/2019

No amistoso que marcou o retorno de Lionel Messi à seleção argentina após três meses de suspensão, o astro do Barcelona fez o gol que garantiu a vitória por 1 a 0 sobre o Brasil, nesta sexta-feira, em Riad, na Arábia Saudita, onde a equipe comandada por Tite ampliou para cinco partidas o seu jejum de vitórias após a conquista do título da Copa América.

Gabriel Jesus, com uma atuação apagada, foi destaque negativo ao desperdiçar uma penalidade, pouco antes de Messi balançar as redes, depois de também cobrar um pênalti. O craque, eleito pela Fifa por mais uma vez o melhor jogador do mundo neste ano, retornou à seleção do seu país depois de ter sido punido pela Conmebol pelas críticas que fez à entidade e à arbitragem após o fim da campanha da Argentina na Copa América. Os argentinos foram derrotados por 2 a 0 pelos brasileiros na semifinal da competição, no Mineirão, e Messi insinuou que havia um esquema corrupto para beneficiar o anfitrião Brasil no torneio.

Para a seleção brasileira, além da derrota, ficou mais uma vez uma má impressão deixada por uma equipe que exibiu um futebol ruim pelo quinto amistoso seguido. Antes disso, isso também ocorreu nos empates por 2 a 2 com a Colômbia e por 1 a 1 com Senegal e Nigéria, assim como na derrota por 1 a 0 para o Peru. Ou seja, a seleção segue sem vencer desde o dia 7 de julho, quando superou os peruanos por 3 a 1, no Maracanã, na decisão da Copa América.

O JOGO – No confronto realizado no Estádio Universitário Rei Saud, o Brasil teve uma ótima chance de abrir o placar logo após chegar ao ataque pela primeira vez, aos 8 minutos. Firmino conseguiu roubar uma bola de Foyth quando o lateral-direito tentava sair jogando, invadiu a grande área pelo lado esquerdo e deu passe pata Gabriel Jesus, que driblou para o meio e, na hora de finalizar, foi derrubado por Paredes.

O árbitro neozelandês Matthew Conger assinalou o pênalti e o mesmo Jesus foi para a cobrança, aos 9, mas bateu rasteiro para fora à esquerda do goleiro Andrada, que havia caído para o lado direito. E o castigo pelo erro veio pouco depois, quando Messi entrou na grande área brasileira pelo lado direito e foi derrubado, aos 12 minutos. Logo em seguida, aos 13, o astro foi para a batida e tentou acertar o canto direito de Alisson, que fez a defesa, mas deu rebote para o mesmo atacante balançar as redes no rebote.

Após levar o primeiro gol, a seleção brasileira passou a sofrer muito para criar jogadas ofensivas e começou a ser pressionado pelas investidas dos argentinos, que eram parados por algumas faltas mais duras, como por exemplo as que renderam a aplicação de cartões amarelos a Casemiro e Danilo.

Tite resolveu apostar em um meio-campo que tinha Lucas Paquetá escalado como camisa 10 e principal referência para armação de jogadas, mas o jovem jogador do Milan amargou uma atuação sem brilho no primeiro tempo. Só apareceu com maior destaque na frente em uma finalização aos 28 minutos, quando finalizou para fora uma bola escorada por Firmino após uma trama ofensiva que começou com Willian pela esquerda.

Depois, aos 34 minutos, Paquetá chegou acionar Danilo em um jogada que o lateral não foi feliz ao finalizar por cima do gol de Andrada. E do outro lado, o camisa 10 argentino seguia dando trabalho aos brasileiros na marcação. Primeiro exigiu um corte de Militão após finalização aos 30 minutos e depois, aos 45, parou em uma defesa de Alisson ao arrematar uma jogada iniciada após uma falha de Arthur.

Com o time brasileiro sendo dominado pelo argentino, Tite resolveu levar a seleção a campo para a etapa final com Philippe Coutinho no lugar de Paquetá. Mas o cenário continuou igual, com a equipe comandada por Lionel Scaloni mais bem postada taticamente e agora criando muito mais chances ofensivas. E Tite optou por uma substituição burocrática ao trocar Arthur, do Barcelona, por Fabinho, do Liverpool, um volante com características mais defensivas. O treinador também sacou um pouco mais tarde Alex Sandro e promoveu a entrada de Renan Lodi na lateral esquerda.

Porém, a Argentina continuava dando as cartas e só não ampliou o placar por causa das boas defesas de Alisson, uma delas em cobrança de falta de Messi aos 20 minutos. O Brasil não produzia nada de mais efetivo e, já de forma um pouco tardia, aos 25, Tite resolveu colocar Rodrygo em campo no lugar de Willian. O jovem do Real Madrid fez, assim, a sua estreia pela seleção brasileira principal. E junto com ex-jogador do Santos entrou na equipe Richarlison como substituto do apagado Gabriel Jesus.

Entretanto, a Argentina continuou muito mais perto de fazer o segundo gol do que o Brasil de marcar o primeiro. E a equipe de Messi só não balançou mais as redes porque desperdiçou grandes chances, como por exemplo com Lautaro Martínez, aos 34 minutos, quando recebeu na cara de Alisson e chutou por cima da meta.

Tite ainda apostou uma última ficha no fim ao mandar a campo o atacante Wesley, outro estreante do dia pela seleção, no lugar de Casemiro, mas o Brasil seguiu sem produzir nada e foi derrotada pelos argentinos. Um dia antes do amistoso, o treinador falou que ele e a seleção estavam passando por um processo de reinvenção para fazer a equipe engrenar novamente. Porém, o que se viu em campo em Riad foi um “mais do mesmo” do que já havia sido visto nos cinco amistosos anteriores: uma equipe apática, sem inspiração, errática e previsível.

Na próxima terça-feira, a seleção brasileira vai fechar a sua temporada em um amistoso contra a Coreia do Sul, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes, onde tentará encerrar o seu jejum e fará o seu último compromisso antes do início das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2020, que começam em março do próximo ano.

FICHA TÉCNICA

BRASIL 0 X 1 ARGENTINA

BRASIL – Alisson; Danilo, Thiago Silva, Éder Militão e Alex Sandro (Renan Lodi); Casemiro (Wesley), Arthur (Fabinho) e Lucas Paquetá (Philippe Coutinho); Gabriel Jesus (Richarlison), Willian (Rodrygo) e Roberto Firmino. Técnico: Tite.

ARGENTINA – Andrada; Foyth, Otamendi, Pezzella e Tagliafico; Rodrigo De Paul (Dominguez), Paredes (Guido Rodríguez), Ocampos (Nicolás González) e Lo Celso (Acuña); Messi e Lautaro Martínez (Alario). Técnico: Lionel Scaloni.

GOL – Messi, aos 13 minutos do primeiro tempo.

ÁRBITRO – Matthew Conger (NZL).

CARTÕES AMARELOS – Casemiro, Danilo e Éder Militão (Brasil); Rodrigo De Paul, Tagliafico e Paredes (Argentina).

PÚBLICO E RENDA – Não disponíveis.

LOCAL – Estádio Universitário Rei Saud, em Riad (Arábia Saudita).

Autor: Rafael Franco
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