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Óleo chega à orla de Ipojuca, cartão-postal do litoral de Pernambuco
A orla de Ipojuca, onde fica Porto de Galinhas e outros destinos famosos do litoral pernambucano, amanheceu coberta por manchas de óleo neste sábado, 19. A substância voltou a aparecer na região com a força das marés e atingiu principalmente a praia de Maracaípe.
Mais de 20 toneladas do produto, que se espalhou desde o Maranhão até a Bahia, já foram retiradas das praias de Pernambuco, segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade. A origem do óleo, cujo vazamento foi identificado no início de setembro, ainda não foi descoberta.
A prefeitura de Ipojuca afirma que os 33 quilômetros do litoral estão sendo monitorados com 70 câmeras e uma equipe de agentes do meio ambiente. O órgão também diz ter instalado barreiras de contenção no Rio Maracaípe, para “tentar minimizar o impacto ambiental no estuário e evitar que o óleo adentre no rio”.
O Comitê Gestor de Crise da prefeitura de Ipojuca convidou voluntários para ajudar na limpeza das praias e alertou que o trabalho deve ser realizado com luvas de proteção e calças fechadas para evitar contato direto com a substância tóxica. A recomendação é para guardar o material em baldes ou sacos plásticos, que devem ser recolhidos pela prefeitura.
Para Pâmella Nogueira, mestre em Gestão de Áreas Protegidas, o desastre envolve a “segurança planetária”, já que grande parte do oxigênio vem dos oceanos. “A segunda barreira de coral está no Nordeste brasileiro e os corais são ecossistemas próprios que contêm diversos organismos”, explica.
“Esses corais são um banco de vida que está nos oceanos e hoje em dia a gente tem poucas áreas marinhas implementadas. É questão de segurança nacional: influencia o social, o econômico, o político e o cultural. Esses bancos de vida estão sendo mortos”, lamenta a pesquisadora.
Na última sexta-feira, 18, arrecifes próximos à praia de Carneiros, em Tamandaré (a 56 quilômetros de Ipojuca), foram atingidos pelo óleo, o que influencia na produção de oxigênio, segundo a pesquisadora. “(A morte das) barreiras de corais faz com que a quantidade de peixes e fauna marinha diminua e, se outros organismos estão contaminados, a gente se contamina junto”, diz Nogueira.
Autor: Vinícius Brito, especial para AE
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