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Collor é alvo de Operação da PF por corrupção e lavagem financeira

11/10/2019
Collor é alvo de Operação da PF por corrupção e lavagem financeira

Brasília – O senador Fernando Collor, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, do Senado, para debater questões ligadas à soberania nacional e aos projetos estratégicos do Exército do Brasil. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O senador Fernando Collor (PROS-AL) é alvo de uma operação da Polícia Federal. A operação Arremate, realizada nessa sexta (11) em Maceió e Curitiba, e foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal.

O objetivo da operação, segundo a PF, é “combater um esquema de lavagem de capitais por meio de compras de imóveis em hastas públicas”.

Collor, segundo os investidores, estaria envolvido em um esquema no arremate de imóveis em 2010, 2011, 2012 e 2016.

“Essas compras serviriam para ocultar e dissimular a utilização de recursos de origem ilícita, bem como viabilizar a ocultação patrimonial dos bens e convertê-los em ativos lícitos”. Investigadores da PF.

Os valores envolvidos no esquema chegariam a R$ 6 milhões, segundo as investigações e o STF expediu 16 mandados de busca e apreensão nas capitais de Alagoas e Paraná.

Fernando Collor é dono das Organizações Arnon de Mello e já teve prédio leiloado para pagar dívidas

Dívidas milionárias

A Justiça Federal em Alagoas (JFAL) já determinou o cancelamento da concessão, permissão ou autorização do serviço de radiodifusão sonora ou de sons e imagens outorgado à TV Gazeta de Alagoas Ltda, à Radio Clube de Alagoas Ltda e à Radio Gazeta de Alagoas Ltda.

O Grupo, responsável, entre outros, pela TV Globo em Alagoas, tem o ex-presidente Collor no quadro societário dessas empresas e passa por problemas financeiro, com prédios quase sendo leiloados, salvos após um pedido de recuperação judicial.

Em maio deste ano, o senador Fernando Collor de Mello (Pros-AL), principal acionista das empresas da família Collor, teve detalhada no UOL, pelo jornalista Carlos Madeiro, dívidas de R$ 284 milhões com a União.

A reportagem mencionou a predileção do ex-presidente por mansões, obras de arte e carros de luxo em contraste com as dívidas, sendo que 95% desse valor milionário são em duas firmas do grupo: a TV Gazeta de Alagoas e o jornal Gazeta de Alagoas, ambos citados na ação penal contra Collor.

A OAM (Organização Arnon de Mello), que reúne um grupo das empresas que usam o nome Gazeta, tem grande parte de suas dívidas de R$ 147 milhões em Imposto de Renda, PIS, Cofins e multas, além de direitos trabalhistas não pagos a ex-funcionários. São 173 ações na Justiça do Trabalho.

Um dossiê relatando a drástica queda da qualidade do jornalismo da TV Gazeta de Alagoas, bem como a incompatibilidade de convivência dos profissionais com os desmandos administrativos dentro da emissora, foi entregue a direção da Rede Globo de Televisão. O documento pede a intervenção na afiliada de Maceió.

TV Globo já chegou a fazer intervenção na Gazeta nos anos 80, devido a problemas semelhantes e em consequência do uso político da emissora pelo senador Fernando Collor (PTC), proprietário da televisão.

Os diretores da Globo tomaram conhecimento que “somente uma intervenção administrativa e, sobretudo, no jornalismo” poderá mudar o atual panorama desqualificado do padrão do jornalismo local, que macula a credibilidade da própria TV Globo.