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Julio Cezar confirma atentados e diz que investigação possui áudios de criminosos

28/07/2019
Julio Cezar confirma atentados e diz que investigação possui áudios de criminosos

A população de Palmeira dos Índios amanheceu surpresa com a veiculação neste sábado (27) de reportagem na Gazeta de Alagoas dando conta  de que dois prefeitos no interior de Alagoas estão “marcados para morrer”. Um deles, o próprio prefeito do Município Julio Cezar e outro Edimar Barbosa, de Ouro Branco, no alto sertão alagoano.

A reportagem da Gazeta revela que a morte de Júlio Cézar está orçada em R$ 300 mil e descreve detalhes da ação criminosa que está sob investigação do DEIC e protegida por sigilo.

Parte do dinheiro, cerca de R$ 90 mil, já foi gasto na aquisição de dois carros: um de fabricação japonesa e outro nacional. As placas e as marcas dos veículos não serão reveladas neste momento, para não atrapalhar as investigações das equipes de policiais altamente operacionais que trabalham sigilosamente no caso.

Além dos carros, os envolvidos na trama criminosa gastaram pouco mais de R$ 20 mil em compras de pistolas, fuzis, munição, coletes, entre outros equipamentos para facilitar fugas e disfarces. Há 40 dias, os pistoleiros rondam aquele município do Sertão na divisa com a região do Agreste.

Existem indicativos de que o prefeito Júlio Cézar já deveria ter sido executado. A estratégia dos assassinos era aproveitar as visitas do prefeito em obras e atividades públicas na região, principalmente as que concentram muita gente. Nas duas emboscadas planejadas, não houve a consumação porque a movimentação popular foi pequena

Revela ainda o jornal que “dois grupos de pistoleiros foram contratados para matar o prefeito de Palmeira. Um grupo com quatro assassinos, alguns deles ex-policiais, foi arregimentado nas cidades próximas ao município de Bom Conselho, no interior de Pernambuco, região onde a polícia suspeita da existência de fazendas de criminosos que roubam bancos e matam políticos por encomenda. Outro grupo, também com quatro homens, são do Agreste: de Arapiraca e cidades vizinhas. Também há suspeita de ex-policiais envolvidos.

Integrantes dos dois grupos têm sido vistos com frequência rondando a cidade, ruas próximas à prefeitura e comunidade de Palmeira de Fora, onde Júlio Cézar mora com a família. Um dos suspeitos foi identificado porque tem feito perguntas a funcionários públicos municipais e moradores da região, a respeito da rotina do prefeito. Recentemente, um informante de um dos assessores da prefeitura alertou Júlio Cézar para o perigo de emboscada que pode acontecer a qualquer momento. Isto o fez mudar a rotina de trabalho e reduzir as aparições públicas”.

Julio Cezar confirma atentados e que polícia possui áudios dos criminosos

Prefeito confirma atentado

Procurado pela reportagem da TRIBUNA DO SERTÃO, o prefeito de Palmeira dos Índios Júlio Cezar confirmou os atentados que sofrera e disse ser verdade tudo que o jornal publicou.

“Tudo que foi publicado na reportagem é verdadeiro. Eu passei por momentos delicados que foram frustrados”, disse Julio Cezar à TRIBUNA DO SERTÃO.

Indagado se poderia revelar mais alguns detalhes da ação criminosa, o prefeito palmeirense afirmou que por enquanto não podia falar muita coisa, mas que o DEIC tem todas as informações, inclusive áudios dos criminosos planejando a ação.

“Na hora certa irei falar, até para não atrapalhar as investigações.A polícia já sabe de todas informações. Por hora é isso. Agora é aguardar”.

Sem histórico de violência

Palmeira dos Índios é um cidade pacata e as disputas políticas nunca motivaram crimes de homicídio ou outras ações violentas.

No passado mais distante, na década de  20 – antes de Graciliano Ramos se tornar o célebre prefeito da cidade, Lauro de Almeida Lima foi assassinado quando estava no exercício do mandato, mas por motivações de cunho passional. Seu sucessor foi Juca Sampaio.

Em meados do século passado, a cidade entrou numa onda de violência, mas nunca com motivações políticas, a exemplo dos Mendes, que foram mortos por questões pessoais, a exemplo do ex-prefeito Robson Mendes, assassinado no Povoado Mata Burro.

De lá para cá a cidade vive em clima de paz, em que pese as disputas políticas entre grupos e famílias persistirem, porém sempre no campo político.

Suspeita em 2016

O prefeito Julio Cezar também já foi personagem de uma suposta trama para assassiná-lo em 2016 (leia aqui), quando pré-candidato a prefeito da cidade, carros passaram a rondar a casa onde vive no bairro de Palmeira de Fora e os suspeitos (a família Gaia, leia-se Edval Gaia pai e Filho) foram acusados através da imprensa local e estadual de serem os autores desta suposta ação.

Mas tudo não passou de uma mal entendido e os Gaias, hoje – participam até da gestão de Julio Cezar a frente da prefeitura de Palmeira dos Índios.