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Bolsa abre em queda, renova recorde intraday em alta mas volta a cair

15/01/2019

O Ibovespa abriu em leve queda e, pouco depois, passou a subir na manhã desta terça-feira, 15. Assim, renovou a máxima histórica intraday e marcou 94.695,12 pontos (+0,22%).

A alternância de sinal decorre do embate entre o espaço para realização de lucros, após o recorde histórico na segunda-feira, e o bom humor doméstico, em meio ao persistente otimismo com as perspectivas para a economia sob o governo Bolsonaro.

No exterior, o petróleo segue em alta, o que favorece a valorização das ações ligadas à commodity, mas as bolsas na Europa e os índices acionários futuros de Nova York reduziram os ganhos ou até mesmo passaram a cair na última meia hora.

Em Nova York, os futuros do Dow Jones e do S&P500 desaceleraram a alta depois de o JP Morgan Chase divulgar lucro no quarto trimestre menor que o esperado. A receita do JPMorgan também ficou aquém das expectativas. A ação do JPMorgan, que subia nos negócios do pré-mercado em Nova York antes do balanço, chegou a cair mais de 3% em reação aos números.

Às 10h36, o Ibovespa subia 0,06% aos 94.489 pontos. Petrobras ON subia 0,46%. O petróleo do tipo Brent tinha alta de 1,34% em Londres. Dow Jones futuro subia 0,01%.

Nesta terça, as bolsas na Ásia fecharam em alta após a promessa de novos estímulos da China. “O anúncio da China pode trazer injeção para os mercados estrangeiros, inclusive emergentes”, afirmou em vídeo matinal o analista da Eleven Financial, Raphael Figueredo.

Essa boa notícia para os mercados de ações soma-se, segundo Figueredo, ao persistente otimismo com as perspectivas para a nova condução da economia. Pela análise gráfica da Eleven Financial, o índice de ações brasileiras continua em busca de um objetivo na região entre 95 mil e 97 mil pontos.

“Minha projeção é para 95 mil pontos”, disse o analista, que fez o cálculo a partir do Ibovespa dolarizado.

Na segunda, o Ibovespa fechou cerca de 500 pontos abaixo desse nível, renovando recorde histórico de fechamento aos 94.474,13 pontos.

Nem mesmo a manchete do jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira, sobrelevando os privilégios previdenciários concedidos a parlamentares, pode estragar esse bom humor local, na avaliação de Figueredo.

A reportagem traz que o presidente Jair Bolsonaro e outros 141 deputados e ex-deputados podem aposentar-se a partir do mês que vem, com direito a um benefício de até R$ 33.763, o que equivale a seis vezes o atual teto do INSS.

Caso exerça seu direito, Bolsonaro terá outro privilégio, o de acumular o benefício previdenciário com o salário de presidente da República, que é de R$ 30.934,70.

“Acho que o humor só azedaria se Bolsonaro exercesse esse direito. Mas acho muito difícil”, disse o analista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). “Apresentar este problema é bom, porque escancara para sociedade o que o próprio Paulo Guedes diz: que a Previdência é o mais produz desigualdade”, diz Figueredo.

Autor: Karla Spotorno
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