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De Santana às letras

28/07/2018
De Santana às letras

“ Você E A Lua Amiga,/ A Lua me fascina/ E me ensina/ a amar./ A Lua / O Luar/ /A maré/ O mar./Grande amor/ Dedico às duas; Você e a Lua./ Claro,/ Nasceram para brilhar”. Com esse poema Djalma de Melo Carvalho apresenta o seu 11º livro intitulado Lua, vento e ventania. Onde narra causos, figuras pitorescas, contos, poesias, conterrâneos de sua Santana do Ipanema e, ao mesmo tempo, utiliza-se de temáticas que servem para enaltecer a terra que o viu nascer.

Segundo o prefaciador da obra – Geraldo Mendes de Souza – : “ O poder do texto e a fértil imaginação do autor, ferramentas poderosas, que ele detém, fazendo-me ousar desafiá-lo a resgatar fatos do seu inconsciente, e enveredar para a arte de escrever contos.A produzir teias narrativas interessantes, inspiradas em coisas que vivenciou, ouviu ou imaginou. Seus fieis leitores irão adorar”.

Cabe, portanto, enumerar seus escritos a saber: A Careca de Leocádio, A vizinha que era miss, Acácia Amarela, destino e vida, Aderval Vanderlei Tenório, Água dormida e Eudália, Aposentadoria, festa e caminhada, Baile das rosas e academia, Bom é reler, Botar mola,Canto solitário, Casos e causos, Celebridades e comendadores, Cem anos depois, nossa homenagem, De Aparecida às Escadarias da Sé,Do Louvre ao Castelo de Palmela, Do sertão ao mar, Lions Clube e as comunidades, Memórias religiosas, Mestre Graça em Palmeira.

Desta feita, Djalma de Melo Carvalho, sócio efetivo da Academia Santanense de Letras, Ciências e Artes, membro da Associação Alagoana de Imprensa ( AAI), inovou escrevendo poemas. Dentre eles, destaco Minha Musa.” Minha musa/ Inspiradora,/ Encantadora./ O calor,/ O abraço,/ O beijo./O sonho,/ A beleza,/ O encanto,/O amor./ Linda mulher,/Meu aconchego,/ minha vida,/ Minha musa querida”.

Dir-se-ia que o escritor/poeta/cronista nasceu no sítio de Gravatá. Acostumou-se a ouvir o canto dos passarinhos.E, por isso, fez-se um escritor inspirado na natureza que encanta o sofrido Sertão.Por essas razões, armazenou no baú da saudade estórias/histórias vivenciadas na aurora de sua vida.Nasci também num sítio, Cavaco, encravado na minha querida Paulo Jacinto. Jamais esqueci minhas raízes. Idêntico ao funcionário aposentado do Banco do Brasil  que faz questão de exaltar sua terra-mãe.

Fez-se criativo inserir no seu novel livro versos do saudoso conterrâneo Raul Pereira Monteiro – Ribeiros de Capelinha – que disseca o torrão que lhe viu nascer: “ Desterra ou seca, num lugar insano,/Numa rotina que se encerra,/Porque ninguém desvendará o arcano/Da Natureza sobre a terra./Estacam, enfim, na realidade./ Mas na saudade de minha lembrança,/Eles deslizam com perenidade”.

Inclusive, mandou um recado a Djalma: “ Parece que já morreu/ O meu amigo Djalma/ Que apesar de sua calma/ Até de mim se esqueceu”. Como resposta o escritor santanense respondeu: “ Nunca esqueci os amigos do peito/ Tampouco os nossos da terra natal./ Certamente ficaria sem jeito/Se algum dia os tratasse mal/ De morrer tenho muito medo/ A vida inteira, e todo dia./Espero não aconteça tão cedo/ Essa fatal e inevitável folia”.

De Santana às letras  retrata a bem-sucedida trajetória do amigo cronista. Solícito às pessoas que priva de sua fidalga amizade. Sua produção intelectual faz jus ao seu talento. Espero dentre em breve receber mais um livro de sua lavra. Felicito-o pela veia poética /imaginativa/construtiva. Organização: Francis Lawrence.