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BC: evolução do cenário básico e do balanço de riscos sugere Selic no nível atual
O Banco Central (BC) reafirmou nesta quinta-feira, 28, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), uma série de assertivas contidas em comunicações mais recentes, como a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada na terça-feira (26). Entre elas, a de que a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve a manutenção da Selic (a taxa básica de juros) no nível vigente.
Ao mesmo tempo, o BC voltou a ressaltar que “os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.
A instituição pontuou mais uma vez que sua atuação será pautada na evolução de três fatores: das projeções e expectativas de inflação, do seu balanço de riscos e da atividade econômica. “Choques que produzam ajustes de preços relativos devem ser combatidos apenas no impacto secundário que poderão ter na inflação prospectiva”, lembrou o BC, pontuando que os impactos se materializam na propagação a preços da economia não diretamente afetados pelo choque.
“É por meio desses efeitos secundários que esses choques podem afetar as projeções e expectativas de inflação e alterar o balanço de riscos”, repetiu o BC, em ideia já expressa na ata. “Esses efeitos podem ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas de inflação ancoradas nas metas.”
O BC também voltou a destacar que não há relação mecânica entre os choques recentes – como o cambial – e a política monetária. “Em suas deliberações, os membros do Copom enfatizaram que essa prescrição requer manutenção do ambiente com expectativas ancoradas”, acrescentou a instituição.
Reformas
No RTI agora divulgado, o BC também voltou a avaliar que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, “ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”. Ao mesmo tempo, a instituição fez uma defesa da continuidade do processo de reformas e ajustes na economia, visto como essencial “para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”.
O BC também lembrou que seu cenário básico envolve fatores de risco “em ambas as direções”. “Por um lado, a possível propagação, por mecanismos inerciais, do nível baixo de inflação passada pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado.
Por outro lado, uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária.”
Esse risco ligado às reformas, conforme o BC, “se intensifica no caso de continuidade da reversão do cenário externo para economias emergentes”. “Esse último risco se intensificou desde a reunião do Copom em maio (214ª reunião), enquanto diminuiu o risco de a inflação ficar significativamente abaixo da meta no horizonte relevante”, acrescentou a instituição.
Autor: Fabrício de Castro e Fernando Nakagawa
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