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Casa do Migrante em SP acolhe cerca de 100 estrangeiros em situação de refúgio

20/06/2017
Casa do Migrante em SP acolhe cerca de 100 estrangeiros em situação de refúgio

O dia mundial do refugiado é celebrado nesta terça-feira (20) e o número de pessoas deixando o país de origem para fugir de fome, perseguição política e religiosa é o maior desde a Segunda Guerra Mundial. No Brasil, 35 mil estrangeiros fizeram pedidos de refúgio em 2016.

No primeiro trimestre de 2017, 622 pessoas vieram ao Brasil para tentar reconstruir a vida, mas encontraram a pior crise econômica da história recente dos pais. Enockvil Giraud saiu do Haiti há um ano e ainda não conseguiu encontrar um emprego. Ainda assim, ele pensa em buscar o filho, esposa e os pais.

O Padre Paolo Parisi coordena a Casa do Migrante, um espaço dentro da Paróquia Nossa Senhora da Paz, no bairro da Liberdade, no Centro da capital, e acolhe cerca de 100 estrangeiros. A maioria dos refugiados atendidos veio de Angola, na África.

“Parece que o lado humano na humanidade se foi. Guerras, conflitos, perseguições, violações dos direitos humanos continuam acontecendo”, lamenta o padre.

Geraldo Ambi, um dos estrangeiros atendidos pela paróquia, veio para o Brasil após a morte da esposa e do filho por febre amarela. Técnico em manutenção, ele busca recomeçar. “Se você gosta de viver no Brasil, precisa aprender a viver melhor.”

Durante a Segunda Guerra Mundial, a perseguição aos judeus fez com que milhares de famílias fugissem. Em 1940, muitos chegaram ao Brasil pelo Porto de Santos e subiram a serra para o bairro do Bom Retiro, na região central de São Paulo.

Thomas Venetianer, nascido na antiga Tchecoslováquia, morou em campo de concentração e perdeu quase toda a família durante o Holocausto. Era uma criança quando chegou ao Brasil e com 80 anos, acredita ter conseguido sobreviver por “milagre”. “Eu passei por vários. A história nunca se repete, mas os homens e a humanidade cometem os mesmos erros constantemente.”

“Lembro, por exemplo, que eu passava fome o tempo todo. A alimentação que era dada aos prisioneiros era minúscula, era um terço daquilo que uma pessoa precisava de calorias diárias.”