Cidades

Prefeito Júlio Cezar visita família da menina que foi assassinada pelo pai, em Palmeira dos Índios

24/04/2017
Prefeito Júlio Cezar visita família da menina que foi assassinada pelo pai, em Palmeira dos Índios
 Prefeito Júlio Cezar visitou família da menina assassinada pelo pai, no fim de semana (Foto: Assessoria)


Prefeito Júlio Cezar visitou família da menina assassinada pelo pai, no fim de semana (Foto: Assessoria)

O prefeito Júlio Cezar e representantes da Secretaria Municipal de Assistência Social e do Conselho Tutelar estiveram, neste domingo, 23, no Sítio Candará, zona rural de Palmeira dos Índios, onde ocorreu o assassinato da menina Maria Sayonara Henrique Oliveira, que tinha um ano e dois meses de vida. O crime aconteceu na madrugada de sábado.

Além da residência da mãe da vítima, a dona de casa Maria de Fátima Ferreira Oliveira, o prefeito visitou a casa dos pais de Rogério Henrique da Silva, acusado pelo crime brutal que chocou a região. Inconsolável, dona Maria do Carmo Henrique, mãe de Rogério, ainda não consegue entender o que causou tanta fúria no filho, para ele que tirasse a vida da pequena Sayonara.

“Ele era louco pela menina. Era a única filha dele. Eu já estava ensinado a minha netinha a andar e ela só me chamava de ‘mamãe’. Ele disse que não lembrava de nada e não sabe como isso aconteceu. Apesar de ficar violento quando bebe, ele é trabalhador, cuidava bem da família e gostava muito do enteado dele, que também presenciou o crime. Peço que não julguem o meu filho, porque era como se não fosse ele que estivesse ali. Peço que me entendam porque sou mãe, e como mãe, e avó, o meu coração está sangrando”, lamentou dona Maria do Carmo.

O Conselho Tutelar vai se reunir nesta terça-feira com o promotor Rogério Paranhos, para buscar alternativas de acolhimento e assistência para Maria de Fátima e os filhos. O menino de seis anos, que presenciou o crime, está sob a responsabilidade do Conselho até que a Justiça decida onde ele deve morar. “Ele quer ir para a casa da avó da pequena Sayonara, que nem é avó legítima dele, mas que lá o tratam muito bem. Ele está muito fragilizado e sem falar. Mas é um menino muito carinhoso e que, sem dúvidas, precisa ser acolhido em um ambiente sem violência. Talvez lá seja o melhor local para ele ficar, por enquanto, pois na casa da avó verdadeira dele, os tios e o avô fazem uso de álcool e o ambiente é bastante violento”, explicou Erivan Vital, do Conselho Tutelar.

A Secretaria de Assistência Social vai levar cestas básicas e ações que minimizem as dificuldades que as famílias enfrentam. De acordo com secretária Mônica Targino, nesta terça-feira) à tarde, equipes da Secretaria irão levar comida e material de higiene pessoal para a casa de dona Josefa Ferreira, mãe de Maria de Fátima, localizada na Fazenda Canto, e na casa de dona Maria do Carmo Henrique, mãe do Rogério. “Pedimos para quem quiser colaborar doando roupa, brinquedos e o que achar necessário, nos procure na Secretaria de Assistência Social que a gente leva para lá na terça-feira. Além da Maria de Fátima, mãe da menina que morreu, tem a mãe dela, uma senhora idosa, e outras quatro crianças, sendo duas meninas e dois meninos, com idades entre três e oito anos, que vivem na Fazenda Canto. Todos precisam de ajuda e nós vamos fazer a nossa parte”, destacou a secretária.

Júlio Cezar garantiu que o município vai prestar assistência social e de saúde, inclusive psicológica, às duas famílias que, além de abaladas emocionalmente com a tragédia, também passam por necessidades e vivem em condições de vulnerabilidade social.  Uma casa será alugada para abrigar Maria de Fátima com os quatro filhos que ela possui de outro relacionamento. “Eles vão ficar lá até que a gente construa uma casa para ela, que dê mais conforto e segurança para que possa criar os filhos. Vamos prestar todo apoio às duas famílias, que inclui a mãe dela, a dona Josefa Ferreira, que também vive em condições muito difíceis, e à família do Rogério Henrique. Quem vai julgá-lo pelo ato que cometeu é a Justiça. A nós, cabe ajudar a essas famílias e dar o nosso total amparo a elas”, afirmou o prefeito.

O crime – Maria Sayonara Henrique Oliveira, de apenas um ano e dois meses, foi morta pelo pai, o índio Rogério Henrique da Silva, 36,  conhecido como “Neguinho”. Ele chegou bêbado na casa onde morava com a família, no Sítio Candará, na madrugada de sábado e tentou agredir a esposa Maria de Fátima Ferreira Oliveira, que estava deitada com a menina.

A mulher conseguiu fugir do marido para a casa de uma vizinha, levando outro filho menor. O homem, em um ato de selvageria e covardia, espancou a pequena, jogou contra a parede e em seguida a arremessou para fora da residência. Não satisfeito, ainda jogou uma televisão na cabeça da menina, que foi encontrada pela polícia, próxima de uma árvore, com vários hematomas e afundamento de crânio. Ela ainda chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. O assassino foi preso em flagrante e confessou o crime na Delegacia Regional de Palmeira dos Índios, onde está detido.

O prefeito de Palmeira dos Índios Júlio Cezar, indignado com a morte de Maria Sayonara, emitiu nota de repúdio neste domingo, pelo ato de violência praticado contra a pequena.