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Estratégia consolida Alagoas como destino gourmet e revela tesouros da gastronomia

07/03/2017
Estratégia consolida Alagoas como destino gourmet e revela tesouros da gastronomia

Referência em boa cozinha, Alagoas se consolida cada vez mais como um destino gourmet. A gastronomia é hoje o segundo motivo pelo qual o Estado atrai turistas. Uma pesquisa indicou que 82% dos comentários avaliados nas redes sociais consideram a gastronomia da capital alagoana “excelente” ou “muito boa”, e que 49% do público que chega à cidade se considera como “gourmet”.

De olho nesse potencial altamente promissor e que tem se tornado cada vez mais um atrativo aos visitantes, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) vem apostando fortemente em eventos que revelam os sabores de Alagoas, como o Festival Quilombola, e em ações como os festivais Brasil Sabores, Sabores de Alagoas e Bar em Bar.

“A gastronomia, assim como a cultura e o artesanato, cumpre o papel de tornar a experiência do turista mais completa e enriquecedora, portanto, é nosso papel também promover ações que prestigiem a cozinha alagoana”, afirmou o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Helder Lima.

Essas políticas públicas fortalecem pequenos e tradicionais negócios gastronômicos que até então estavam invisíveis para a maioria das pessoas, como é o caso do restaurante de seu Elias, em Viçosa.

Funcionário público aposentado, o viçosense Elias Vilela Vasconcelos começou a cozinhar há 50 anos, quando fez um curso de culinária ministrado pela irmã. E foi no dia 3 de outubro de 1963 que o chef cozinhou seu primeiro prato, um pirão de cozido. “Não saiu a contento, mas não era de se jogar fora”, brinca Elias.

Nos anos 80, morando no Rio Grande do Sul após uma dura batalha contra o alcoolismo, os cursos de culinária se intensificaram na rotina de Elias, que começou a se interessar de verdade pela cozinha. “A gastronomia foi um escape do alcoolismo. A partir daí, comecei a cozinhar com mais precisão”, afirma.

Mas, somente há quatro anos, por sugestão de um primo, que Elias abriu as portas do Trapiá, um aconchegante restaurante localizado num rancho no povoado de Tangil, na zona rural de Viçosa, a 90 km de Maceió. Os assados são a especialidade da casa, que não possui cardápio. A costela de porco com redução de balsâmico e rapadura é uma das mais pedidas. A salada de entrada também é muito elogiada pelos clientes. O segredo? A escolha dos ingredientes.

No Trapiá, além de matérias-primas produzidas na região e hortaliças plantadas no próprio rancho, a picanha vem da Patagônia e o pernil do Uruguai. “Uma matéria-prima de qualidade, em qualquer lugar do mundo, é responsável pelo sucesso de um prato”, diz Elias, enquanto exibe um vídeo do chef francês Eric Jacquin, uma de suas referências no mundo da gastronomia.

A cozinha do restaurante é equipada com um forno a lenha, importado de Santa Catarina. Nele, o chef prepara a famosa janela, parte da costela do boi, que leva cerca de 12 horas para ficar pronta. As sobremesas também não ficam atrás. O pudim de coco com chocolate é uma receita especial que levou seis meses para chegar ao ponto.

“Foi através da honestidade e da sinceridade que o meu restaurante criou um público fiel. Eu brinco que as minhas funcionárias enjoaram de levar o pudim para casa, mas eu só comecei a servi-lo quando vi que estava ideal”, finaliza Elias.