Política

Cenário político de Arapiraca volta à cena nas eleições de 2018

03/02/2017
Cenário político de Arapiraca volta à cena nas eleições de 2018

O segundo colégio eleitoral do Estado, Arapiraca volta a cena política em 2018 com as eleições para o Senado, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa Estadual (ALE). O ex-governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) deve disputar o seu retorno para o Senado tendo como adversários os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Benedito de Lira (PP). Ambos estão mantendo seus domínios e forte poder de influencias em todo o Estado. Biu de Lira conta com o apoio da família Pereira nos municípios de Junqueiro, Limoeiro de Anadia, Teotônio Vilela e Campo Alegre.

O ex-governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) conta com o apoio do prefeito de Arapiraca, Rogério Teófilo (PSDB) seu aliado. No entanto, seu sucesso na disputa eleitoral vai depender da atuação positiva na gestão de Teófilo este ano e no próximo ano.

O novo gestor iniciou sua atuação em um momento difícil diante da crise econômica, seca, e os problemas começam a surgir a exemplo de atraso de salários de servidores aposentados, contratados e pensionistas e o acumulo de lixo em vários pontos da cidade, até em bairros nobres.
Aumento ilegal

Diante dos problemas, o Poder Legislativo se mantém omisso em um período de recesso e mesmo diante da crise, atraso de pagamento de servidores, na última sessão do ano aumentaram os seus subsídios em 20% por cento. Mesmo em período de recesso eles receberam com reajuste os salários do mês de janeiro. De acordo com um vereador que não conseguiu se reeleger, o salário dos vereadores, com todas as vantagens, chega a R$ 35.mil mensais.

Em decisão proferida no dia 30 deste mês, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Arapiraca, recomendou ao Poder Legislativo do Município que suspenda o pagamento do aumento de subsídios dos vereadores. Autor da recomendação, o promotor de Justiça Napoleão Amaral Franco, também recomendou à Câmara Municipal de Arapiraca uma consulta imediata ao Tribunal de Contas do Estado de Alagoas sobre a legalidade das despesas realizadas com base na lei aprovada no último dia útil de 2016. Além do aumento dos próprios subsídios, os vereadores devem ser abster ainda de realizar qualquer outro gasto relacionado à legislação.

“O Ministério Público Estadual recomenda que a Câmara Municipal de Arapiraca suspenda o pagamento de qualquer despesa realizada com fundamento na Lei Municipal nº 3.239/2016 até posterior pronunciamento do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas na consulta a ser realizada, evitando deste modo ulteriores questionamentos e aplicação de penalidades aos ordenadores de despesas, caso elas sejam consideradas ilegais”, disse o promotor de Justiça, Napoleão Amaral.
Com a oficialização da entrega do documento, o MPE/AL aguarda agora o posicionamento da Mesa Diretora, informando se acatará ou não a recomendação.

No entanto, na última semana, a presidente da Mesa Diretora, vereadora Graça Lisboa, afirmou, durante entrevista ao Jornal de Arapiraca que os vereadores renunciaram ao reajuste concedido pela legislatura passada. No entanto, a vereadora não apresentou à reportagem nenhum documento que comprove a decisão dos edís arapiraquenses. Ainda segundo ela, eles chegaram a assinar um documento oficializando a renúncia.

Disputa pela Assembleia Legislativa

Evidentemente a disputa pelas vagas na Assembleia Legislativa será bastante concorrida em Arapiraca em 2018. O deputado estadual Tarcizo Freire (PP), que tem um trabalho constante na defesa das classes trabalhadoras mais sofridas, vai para a reeleição. Já os deputados estaduais Rodrigo Cunha (PSDB) e Severino Pessoa (PSC) tencionam voos mais altos na disputa pela Câmara dos Deputados e sonham representarem Arapiraca no Congresso Nacional. Ambos são aliados do prefeito Rogério Teófilo.

Rodrigo Cunha tem foco maior na capital do Estado enquanto que Arapiraca e região Agreste será campo mais próspero para Severino Pessoa e para o ex-deputado estadual Dudu Albuquerque, aliado de Rogério Teófilo e que indicou vários membros da sua família para ocuparem cargos na atual gestão inclusive a esposa na Secretaria de Assistência Social e Políticas Para a Mulher, Amilka Andréia Couto Melo.

A titular foi vereadora por Maceió no período de 2008 a 2012.
Com os direitos políticos cassados pelos juízes integrantes do Núcleo de Improbidade Administrativa e Crimes contra a Administração Pública, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), pelo período de oito anos, Dudu Albuquerque tenciona voltar ao cenário político através do seu filho Breno Albuquerque que deve disputar uma das 27 vagas para a ALE.

Dudu Albuquerque foi acusado de indicar servidores fantasmas para a 5ª Coordenadoria Regional de Ensino, em Arapiraca. O esquema, que durou entre 2007 e 2010, teria dado prejuízo de R$ 380.565,46 aos cofres públicos.

“O enriquecimento ilícito dos réus é fato incontroverso, porquanto as pessoas indicadas pelo então deputado Dudu Albuquerque para ocuparem cargos comissionados no Estado, na época, estavam recebendo contraprestação remuneratória sem o devido trabalho efetivo, situação que se encontra caracterizada nitidamente nos depoimentos pessoais colhidos em sede judicial por este juízo”, consta na decisão, proferida no dia 1º de agosto de 2016.

Nesse projeto político de eleger o filho, o ex-deputado conta com o apoio do prefeito Rogério Teófilo e evidentemente da máquina administrativa municipal em 2018. No entanto até a eleição do próximo ano muita água ainda vai correr debaixo da ponte. “O tempo será o senhor da razão”.