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Sistema falho e caro obriga clientes a abandonarem planos privados
Essencial para a qualidade de vida, a saúde está cada vez mais difícil de ser preservada no Brasil. Remédios e convênios médicos subiram o dobro da inflação no ano passado. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 6,29%, os medicamentos dispararam 12,48% e os planos de saúde, 13,57%. Os dois itens são responsáveis por 20% de todo o índice acumulado em 2016, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado é que muitos brasileiros não conseguem mais bancar os planos de saúde complementar ou estão se virando para pagar as medicações, como é o caso do autônomo Antônio Francisco da Costa Leite, de 56 anos, que precisa de três remédios para pressão alta e colesterol. Ele compromete 20% da renda mensal com saúde e já percebeu que, se não fizer uma boa pesquisa de preços, pode pagar até 40% a mais. “Eu gasto, normalmente, R$ 200. Mas isso quando vou a lojas mais populares e procuro o preço bom”, conta.
Para a servidora pública Ivete Aguiar, 48, é o plano de saúde que mais pesa no orçamento. A mensalidade consome um terço do que ganha. O valor saltou de R$ 400 para R$ 600 em 12 meses. “Infelizmente, é um pagamento que não tem como fugir. Ou eu pago isso ou dependo da saúde pública, o que é complicado”, declara. Em 2016, a servidora não utilizou mais que duas vezes o seguro e ficou surpresa com o reajuste. “O plano nem é tudo isso. Ele está apenas entre os menos piores”, reclama.
A renda de um salário mínimo mensal obrigou a auxiliar de serviços gerais Maria José da Paz, 54, a escolher entre o plano e os remédios. Depois de um reajuste de 66% no convênio, ela se viu obrigada a cancelar o serviço. “Passou de R$ 300 para R$ 500. Sou hipertensa e tenho colesterol alto, gasto mais de R$ 400 com remédios. Era um ou outro. Como não posso viver sem os medicamentos, cortei o plano”, lamenta.
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