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Estado orienta como se prevenir das hepatites virais

18/10/2016
Estado orienta como se prevenir das hepatites virais
Exames preventivos ajudam no diagnóstico precoce.Fotos: Carla Cleto e Neide Brandão

Exames preventivos ajudam no diagnóstico precoce.Fotos: Carla Cleto e Neide Brandão

Os acidentes de trabalho e a segurança dos profissionais de saúde estiveram no foco de discussão do III Seminário sobre NR32, a norma regulamentadora que cuida da saúde dos profissionais da área de saúde. O evento aconteceu na Universidade Tiradentes (Unit), no bairro Cruz das Almas, em Maceió, e teve a participação de 200 pessoas, entre profissionais e estudantes da área da saúde.

Rozangela Wyszomirska, secretária de Estado da Saúde, parabenizou o Hospital Geral do Estado pela preocupação com a segurança dos profissionais e destacou as ações que vêm sendo desenvolvidas da unidade hospitalar.

“Mais de 90% da população alagoana depende, exclusivamente, do SUS [Sistema Único de Saúde]. Profissionalizar o HGE e ter os servidores focados em prestar uma assistência com primor é uma dos nossas principais metas”, ressaltou a secretária.

O médico infectologista do Hospital Escola Hélvio Auto, Fernando Maia Pedrosa, explicou que as hepatites virais são doenças infecciosas sistêmicas, que afetam o fígado. São reconhecidos como agentes etiológicos da hepatite viral humana o vírus da hepatite A (HAV), da hepatite B (HBV), da hepatite C (HCV), da hepatite D ou Delta (HDV), o vírus da hepatite E (HEV) e o da G.

Sintomas – “Embora apresentando diferenças quanto ao tipo de genoma viral, estrutura molecular e classificação taxonômica, estes cinco agentes etiológicos têm o fígado como alvo primário e causam um processo necroinflamatório característico: a “hepatite”. Náusea, vômitos, mal-estar, dor de cabeça, e perda do apetite são os sintomas mais frequentes na fase inicial da doença. Colúria (urina escura) e acolia (fezes esbranquiçadas) antecedem a fase ictéricia (pele e olhos amarelados) que, em geral, coincide com alteração das provas de função hepática”, destacou Fernando Maia Pedrosa.

O médico salientou que as hepatites A e E são transmitidas pela via orofecal e causam infecções agudas benignas, que evoluem para a cura sem necessidade de tratamento específico. As hepatites B, C e D podem evoluir para a hepatite crônica, que tem como principais complicações a cirrose e o carcinoma hepatocelular.

De acordo com o especialista, o diagnóstico laboratorial das hepatites virais inclui as provas da função hepática e a pesquisa de marcadores sorológicos específicos (antígenos e anticorpos). “Testes complementares para a detecção direta do genoma viral podem ser necessários para confirmação diagnóstica, determinação do genótipo infectante ou monitoramento da resposta à terapia antiviral”, evidenciou.

As medidas preventivas incluem o saneamento básico, as boas práticas de higiene pessoal, o uso de preservativos, o uso de agulhas e seringas descartáveis e o não compartilhamento de objetos pérfuro cortantes (barbeadores, instrumentos de manicure/pedicure, etc).

Já existem vacinas para as hepatites A e B; esta última pode ser adquirida nos postos de saúde da rede pública. Indivíduos infectados pelo vírus da hepatite B têm 5% a 10% de risco de tornarem-se doentes crônicos. Na hepatite C, o risco é de 85%. O tratamento das hepatites B e C é feito com agentes antivirais, com 70% e 35% de sucesso, respectivamente.

O III Seminário NR32 acontece até às 17h e inclui palestras sobre humanização hospitalar, ginástica laboral, o plano de proteção radiológica, além do Programa de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde.