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Robson Conceição ganha a primeira medalha de ouro do Brasil no Boxe

16/08/2016
Robson Conceição ganha a primeira medalha de ouro do Brasil no Boxe
Robson é ouro no boxe

Robson é ouro no boxe

Os pugilistas Robson Conceição, do Brasil, e Sofiane Oumahi, francês, jamais se enfrentaram. Mas o primeiro confronto certamente foi inesquecível – na noite de hoje, no Riocentro, onde eles disputaram a medalha de ouro na categoria dos pesos ligeiros (até 60 kg) do Rio-2016.

Robson venceu e se tornou o primeiro lutador nacional a conquistar um ouro e entrou para a galeria de medalhistas formada por Esquiva Falcão, prata, e Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo, bronze, todas em Londres 2012, além do terceiro lugar conquistado por Servílio de Oliveira, no já distante México 1968.

Aos 27 anos, baiano de São Caetano, bairro pobre de Salvador, Robson disputou sua terceira e última olimpíada – após os jogos, pretende se tornar profissional. Robson é sargento na Marinha.
Convites não faltaram para que essa transição fosse feita antes mesmo da Olimpíada do Rio. Os irmãos Esquiva e Yamaguchi Falcão e Everton Lopes, campeão mundial em 2011, não resistiram à tentação e tornaram-se profissionais antes de disputar a Olimpíada em casa. Robson optou por continuar no amadorismo – bem remunerado, por sinal, inclusive com bolsas para lutar na APB – e agora colhe os frutos da decisão.

O garoto, que chegou ao boxe pensando em ganhar brigas de rua no carnaval de Salvador, foi lapidado por Luiz Dórea, também responsável pela formação de Popó, Adriana Araújo e Junior Cigano, entre outros. Caiu na estreia tanto em Pequim-2008 quanto em Londres-2012, sempre para boxeadores da casa, mas evoluiu no último ciclo. Foi prata no Mundial de 2013, bronze no de 2016 e levou o Continental de 2015, vencendo o cubano Álvarez na final. Também no ano passado, chegou a liderar o ranking mundial.

Agora, de posse do principal prêmio olímpico, Robson descobriu na judoca Rafaela Silva, medalha de ouro na categoria leve, sua principal inspiração. “Ela também veio de baixo, da favela, como eu, e nada melhor que tê-la como referência e seguir seu exemplo.”