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Itália celebra os 71 anos da Libertação do nazifascismo

25/04/2016
Itália celebra os 71 anos da Libertação do nazifascismo
Em Roma, o presidente do país, Sergio Mattarella, e o primeiro-ministro, Matteo Renzi, depositaram uma coroa de flores no Altar da Pátria (Monumento a Vítor Emanuel),  na praça Veneza. (Foto: Reprodução)

Em Roma, o presidente do país, Sergio Mattarella, e o primeiro-ministro, Matteo Renzi, depositaram uma coroa de flores no Altar da Pátria (Monumento a Vítor Emanuel), na praça Veneza. (Foto: Reprodução)

A Itália celebra nesta segunda-feira (25) o 71º aniversário da Libertação do nazifascismo com celebrações por todo o país. Em Roma, na praça Veneza, o presidente do país, Sergio Mattarella, e o primeiro-ministro, Matteo Renzi, depositaram uma coroa de flores no Altar da Pátria (Monumento a Vítor Emanuel), um dos monumentos históricos mais importantes da Itália.

Em discurso à nação, no Teatro Cívico de Varallo, Mattarella afirmou que foi no dia 25 de abril “nesta data, que é fundada a República”. “Nasceu aqui, sobre essas montanhas, como primeira ‘zona libertada’, o anel do qual as repúblicas partidárias mostraram a vontade do resgate do povo italiano. Verdadeiras raízes da escolha que o voto de 2 de junho de 1946 sancionou”, disse.

Para o mandatário, o momento combateu contra “uma Itália que havia perdido a unidade”, que “tinha vista sumir a própria independência”, um país “devastado pela guerra na questão material e danificada por 20 anos de ditadura fascista”, nos levaram “a uma consciência límpida sobre nosso país”.

O presidente destacou que a data de hoje serve para lembrar que “sempre é tempo de Resistência” e que as recentes crises que atingem a Itália e a Europa mostram que é preciso lutar para ficar unidos. “É tempo de Resistência porque as guerras e a violência cruéis se manifestam nos confins da Europa, no Mediterrâneo e no Oriente Médio. E mesmo que seja tempo de martírio, de tirania, de tragédias humanitárias que acompanham os conflitos, nós reafirmamos os valores da Resistência”, afirmou o mandatário. Ressaltando que, na década de 1940, os italianos escolheram o “repúdio à guerra”, Mattarella alertou que “não existe uma condição de ‘não guerra’. Ou se promove a paz e a colaboração ou se prepara para uma confronto no futuro”.

O chefe de Estado voltou a destacar que não se pode ter paz se há sofrimento e miséria entre a população porque esses fatores fazem com que a paz seja abalada e lembrou a importância de que tanto os italianos como os europeus devem se manter unidos. “Setenta anos de paz nos foram dados pelos nossos pais. De nós, espera-se o trabalho de continuar e ampliar o sentido de concórdia dentro da União Europeia e também a Europa precisa fazer ouvir sua voz e desenvolver mais iniciativas”, em uma clara referência à questão imigratória.

A Itália é um dos poucos países europeus que tem uma política mais flexível em relação aos imigrantes. Por diversas vezes, tanto Mattarella como Renzi alçaram o tom contra outros líderes europeus por sugerir a restrição da entrada dos deslocados bem como a construção de muros.

Mattarella finalizou seu discurso dizendo que a data de hoje “nos diz que é possível dizer não à opressão, à violência da guerra e do conflito”. “Ela nos diz que é possível dizer não à apatia, ao cinismo, ao medo. Nos dizem que existem grandes ideais e sonhos pelos quais vale a pena lutar e que há boas causas que precisamos fazer triunfar”.

Já o premier Renzi viajou para Hannover, na Alemanha, para participar de uma reunião sobre a crise imigratória com a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente da França, François Hollande e o premier britânico, David Cameron.

Museus abertos: Para celebrar a data, os mais de 320 museus e sítios arqueológicos italianos ficarão abertos nesta segunda-feira.