Geral

Donos de postos de combustível de Palmeira negam que vendam produtos mais caros

06/04/2016
Donos de postos de combustível de Palmeira negam que vendam produtos mais caros
Sindicato dos Distribuidores de Combustíiveis de Alagoas não interfe nos valores cobrados pelos

Sindicato dos Distribuidores de Combustíveis de Alagoas não interfere nos valores cobrados pelos donos de postos de combustíveis (Foto: Reprodução)

 

A população de Palmeira dos Índios, principalmente aquela que tem carro e precisa abastecer o veículo com frequência, tem reclamado dos altos preços de combustível praticados pelos donos de postos da cidade. No município, o valor cobrado pelo litro da gasolina vai de R$ 3, 085 a R$ 4, 050.

Por causa desse alto valor, e pensando em uma forma de economizar dinheiro com o combustível, muita gente tem trocado o carro pela moto. É o caso da estudante universitária Daniela Ramos. Segundo ela, a economia, por mês, chega a R$ 150. “Gasto cerca de sessenta reais, por mês, com a moto. Com ela, vou para a faculdade e outros lugares. Com o carro a despesa estava grande. Só uso quando está chovendo ou quando vou viajar”, afirmou.

Já o motorista Geraldo Alves, que faz transporte intermunicipal, disse que em outros municípios de Alagoas o preço cobrado pelo litro da gasolina comum é ainda mais caro do que em Palmeira. Segundo ele, em Delmiro Gouveia o litro custa até R$ 4, 097, e em Arapiraca ele já pagou até R$ 3,99 pelo combustível. Em Igaci, que é mais perto, já paguei R$ 3, 93 pelo litro da gasolina comum.

“Claro que tem outros lugares que cobram menos, o que seria ideal para todos nós. Não defendo nenhum dono de posto e acho que o combustível no Brasil deveria ter um preço mínimo, pois é aqui que temos uma boa produção do petróleo, que deriva todos os combustíveis como o álcool, a gasolina e o diesel. Mas que aqui o preço é maior do que em outros lugares, isso não é verdade. O que temos que fazer é pesquisar e procurar o lugar que melhor atenda as nossas necessidades”, sugeriu.

Mas os donos de postos também reclamam dos encargos que precisam pagar para manter o negócio. Segundo José Amorim, proprietário do Posto Xucurus, as pessoas estão mal informadas pois as taxas e a concessão para que o posto funcione corretamente são altas o que obriga o posto, na maioria das vezes, a trabalhar no “vermelho”.

“As pessoas estão mal informadas. Pagamos encargos, IMA, Ibama, transporte do combustível, entre outros. Para se ter uma ideia, a taxa que pagávamos ao Ibama, no ano passado, era de mil, oitocentos e sessenta reais (R$ 1.860). Este ano são mais de quatro mil (R$ 4 mil), divididos em quatro parcelas. A concorrência do comércio é livre e o preço, muitas vezes, quem determina é o consumidor. Nossos produtos são confiáveis e têm certificação, mas não são os mais caros do que a maioria”, garantiu ele, que cobra R$ 4, 049 pelo litro da gasolina.

No Posto Imperial das Palmeiras a reclamação também é a mesma. Apesar da clientela não ter diminuído a frequência com que abastecem seus veículos, o transporte que leva o combustível para o estabelecimento também contribui para o encarecimento do produto. De acordo com Anamália Barros Lessa, a cada dois dias ela precisa desembolsar R$ 600 pelo frete dos combustíveis que vão encher as bombas do posto.

“As pessoas fazem uma ideia errada de que donos de postos de combustíveis são ricos, mas temos muitas despesas. Compramos a gasolina por R$ 3, 49 e ganhamos apenas centavos em cima desse valor. O diesel, por exemplo, ganhamos apenas dois centavos por cada litro vendido. Temos que vender muito para obter algum lucro, mas aí vêm as taxas, encargos, impostos, Ima, Ibama, funcionários e todo o resto.  Temos muito trabalho e muita responsabilidade”, disse a empresária que vende o litro da gasolina comum por R$ 3, 093.

Em nota emitida à Tribuna do Sertão, o Sindicato dos Distribuidores de Combustíveis de Alagoas (Sindcombustíveis-AL),  informou que:

“O mercado da revenda de combustíveis é completamente livre; que a entidade não possui ingerência sobre os preços praticados pelos postos de combustíveis; que o sindicato não acompanha os preços praticados pelos postos de combustíveis; que não opina e nem interfere em questões relacionadas a preços de combustíveis; que o Sindicombustíveis-AL preza pela livre concorrência e pela livre iniciativa e repudia qualquer prática contrária a tais valores. A missão do Sindicombustíveis-AL é defender os legítimos interesses da categoria econômica que representa.”