Geral
Senador defende que PMDB entregue cargos do governo Dilma
Na véspera da Convenção Nacional do PMDB, marcada para amanhã (12) em Brasília, o vice-presidente da legenda, senador Valdir Raupp-(RO), defendeu nesta sexta-feira (11), em discurso no plenário do Senado, que o partido adote no encontro uma posição de independência do governo da presidenta Dilma Rousseff, inclusive abrindo mão dos cargos que ocupa no Executivo.
“Um partido do tamanho do PMDB não pode ser irresponsável a ponto de ir para um rompimento total, ir para a oposição, principalmente neste momento que tem o vice-presidente da República. Mas eu defendo o que já defendi várias vezes: o enxugamento da máquina. Se dependesse de mim, dentro do PMDB, eu entregaria os cargos que tem no governo hoje e continuaria apoiando, aqui no Congresso Nacional, os projetos de interesse da nação, de interesse do país. Quando o governo, o presidente, manda um projeto para cá, não é interesse particular dele, é interesse da Nação, do Brasil. Isso, o PMDB poderia continuar a fazer, mas sem estar atrelado ao governo”,
A convenção também irá eleger a nova direção do PMDB. O vice-presidente da República, Michel Temer, deve ser reconduzido ao posto de presidente nacional da sigla.
Lula
Na sessão desta sexta-feira, senadores governistas saíram em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governo da presidenta Dilma Rousseff. Os parlamentares reagiram ao pedido de prisão preventiva de Lula feito ontem (10) pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. Para os procuradores, Lula cometeu crimes de lavagem de dinheiro – na modalidade ocultação de patrimônio – e falsidade ideológica sobre o apartamento triplex, em Guarujá (SP).
A senadora Vanessa Grazzition (Pcdo B -AM) ressaltou que até os líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, e na Câmara, Antonio Imbassahy, pediram cautela sobre o assunto. A senadora desqualificou o pedido e afirmou que muitos juristas também criticaram os argumentos dos procuradores paulistas para o pedido.
“O procurador regional da República, Vladimir Aras, ligado ao grupo do procurador-geral Rodrigo Janot, que atua na Operação Lava-jato, postou a seguinte mensagem ontem, no twitter, interpretada como uma crítica à peça apresentada ao Ministério Público de São Paulo, que pede a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Nunca vi nada igual. Todo mundo comete erros, mas não é possível tamanha inépcia e falta de técnica. O texto é imprestável a qualquer juízo”, destacou.
Para o senador Donizete Nogueira (PT-TO) há, entre procuradores e juízes, um desejo de estar na mídia. “Vejo que a necessidade que alguns procuradores têm de aparecer nos refletores também é preocupante, assim como os juízes. Por quê? Eles não falam no processo, mas deviam falar, e não apenas comunicar para as massas, antes da sentença, antes do trabalho terminado. Agora, vivemos uma anomalia: o procurador diz a uma revista o que vai fazer e, depois, começa a fazer”, disse o senador, sobre a declaração do procurador Cássio Conserino à Revista Veja de que Lula e a ex-primeira dama, Marisa Letícia, seriam denunciados por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
Já o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) defendeu que os interesses do país sejam colocados acima das disputas politicas. “A disputa política traz o embate com muita força, afetando a economia brasileira, e não é disso que nós precisamos. Nós precisamos ver toda a classe política conversando, pois não é o governo, o partido do governo e partidos de oposição presidente, que estão se desgastando, mas toda a classe política, que não cumpre o seu papel, não chega ao resultado que a população precisa. E o que estamos propondo aqui? Vamos deixar as brigas ideológicas de lado e fazer uma política voltada ao interesse da população brasileira.
Oposição
Outro senador a comentar o assunto, Cristovam Buarque (PPS-DF), lembrou que na democracia não se pode prender ninguém sem “muita justificativa”. O senador afirmou ainda que quando a decisão envolve um personagem com liderança, mesmo que se conteste o comportamento desse líder, ela tem de convencer o povo inteiro, sob pena de problemas sérios na própria legitimação da justiça
“Hoje, já olhando os argumentos, pelo menos pelo que vi na televisão, quero dizer que, desses 200 milhões que deveriam ser convencidos, eu não o fui. Não quero me meter nos aspectos jurídicos, mas, quanto à maneira como li argumentos de que o ex-presidente pode ir embora do país, não vejo a menor possibilidade de o ex-presidente Lula ir embora do país. Houve ainda o argumento de que ele poderia insuflar [a população]. Ele insuflará muito mais preso, sem dizer uma palavra, automaticamente, naturalmente”, avaliou o oposicionista.
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