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Após eliminação, diretor do Fla diz que discurso do cansaço vai mudar

24/03/2016
Após eliminação, diretor do Fla diz que discurso do cansaço vai mudar
Rodrigo Caetano avalia o contraponto entre questão técnica e financeira (Foto: Gustavo Rotstein/GloboEsporte.com)

Rodrigo Caetano avalia o contraponto entre questão técnica e financeira (Foto: Gustavo Rotstein/GloboEsporte.com)

Em breve entrevista coletiva concedida após a eliminação rubro-negra da Primeira Liga, decretada com a derrota por 1 a 0 para o Atlético-PR, em Juiz de Fora, o técnico Muricy Ramalho voltou a tratar o cansaço provocado por intermináveis viagens como grande vilão do Flamengo em 2016 – a equipe já jogou em 12 estádios diferentes no ano. Jogadores comungam do discurso do treinador, e o diretor executivo Rodrigo Caetano também tem a mesma linha de pensamento. Mas, segundo ele, este tipo de justificativa não será utilizada até o final da temporada. 

– É estatístico (times sem estádio sofrerem). Flamengo, Fluminense e talvez o Botafogo vão correr o que não chamaria de risco, mas vão enfrentar adversidades. São detalhes que aqueles que não militam no futebol acabam não compreendendo e julgando isso como mais uma desculpa, mas é extremamente relevante. Não é só o desgaste da viagem, mas isso te impede do treinamento do dia seguinte, impede que o técnico tenha tempo suficiente para corrigir os erros, mas não vai ser esse o nosso discurso o ano todo, podem ter certeza. Já sabemos que vamos enfrentar isso e temos que buscar minimizar os impactos disso, tendo elenco com peças que possam entrar e dar conta do recado. E superar essas dificuldades que já são inerentes ao nosso trabalho hoje através de recuperação e prevenção – afirmou.

Para evitar longos deslocamentos, Volta Redonda é a opção mais palpável, porém menos interessante do ponto de vista econômico, já que os públicos no Raulino de Oliveira geralmente não são altos. Como equacionar o conflito entre priorizar o lado técnico ou o financeiro? Rodrigo diz não ter a fórmula perfeita. Muricy já fez muitos elogios ao Raulino. Mas é certo, dentro do planejamento rubro-negro, que os grandes jogos e os clássicos serão disputados em praças cujo os estádios têm capacidade maior.

– Em determinados jogos vamos ter que eleger a questão técnica, de ter um bom gramado e a proximidade de outro gramado. E a outra de ter que recuperar isso em clássicos fora do estado. Não existe a fórmula ideal num ano em que tínhamos e temos esperanças de fazer um bom Brasileiro, mas lamentavelmente vamos conviver com isso. Volto a pedir para que a torcida apoie e que nos carregue não só em Volta Redonda, mas em Brasília e jogos em que formos visitantes. 

Num contraponto, Rodrigo lembra que em outros anos opções como o próprio Raulino de Oliveira e o Moacyrzão, em Macaé, não gozavam do mesmo prestígio.

– Por incrível que pareça em anos anteriores quando se falava em jogar em Volta Redonda ou Macaé todos lamentavam a distância, hoje você considera Volta Redonda a situação mais próxima. É difícil para o torcedor entender, ainda em cima de uma desclassificação hoje (quarta-feira) em que tínhamos total interesse de fazer a final. Mas é difícil para eles entenderam isso de que realmente vamos ter uma maratona muito grande. Cabe a nós pedirmos que eles não só compreendam como apoiem, eu vi hoje a equipe se doando ao máximo, como foi contra o Fluminense. Às vezes, o atleta, por conta do desgaste, ele pensa em realizar algo e acaba que não consegue. Mas nesse grupo não falta comprometimento nem empenho. Espero que isso no decorrer do ano seja comprovado.

Rodrigo acabou, sem perceber tocando novamente na questão do cansaço, mas destacou: é preciso deixar isso de lado e vencer o Volta Redonda, no Raulino, neste sábado, às 18h30.

– Esse componente do desgaste é apenas mais um, por mais que a gente entenda que faz diferença nesse momento, mas temos que reagir e já reagir no sábado.