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Concepções antropopedagógicas

02/01/2016
Concepções antropopedagógicas

Na alvorada do ano de 2016, inicio meus comentários de livros que recebo com esse propósito. Isto é, fazer uma síntese a respeito dos autores, bem como das obras literárias no mundo pós-moderno. Desta feita, fui recipendiário de Concepções Antropopedagógicas sobre a Arte de Ensinar ( Uma homenagem à educadora Hévia Valéria Maia de Amorim ) de autoria da doutora Nádia Fernanda Maia de Amorim, sócia efetiva da Associação Alagoana de Imprensa (AAI). Diga-se, de passagem, faleceu de forma trágica em 21 de março de 1992, sua inolvidável irmã.

Na primeira parte, a escritora presta uma homenagem à Educadora que deixou legado importantíssimo na área da Educação do Estado de Alagoas como um todo. “ O magistério, desde a mais terna idade, exercia em mim um fascínio tal que levava-me a brincar de Escola, onde eu representava o papel da Professora, da Mestra. No decorrer da minha escolaridade, um exemplo dos bons professores, encontrava a beleza do ato da arte de ensinar”. Professora Hévia Valéria Maia de Amorim fez da profissão um sacerdócio de vida, ou seja, viveu intensamente a Arte que soube exercer com competência/zelo e sabedoria.

A apresentação tem a marca do Prof. Doutor em Educação Élcio de Gusmão Verçosa que, por sua vez, escreve sobre as irmãs com a autoridade que lhe é peculiar. “ Hévia e Nádia foram retiradas de nosso convívio profissional muito precocemente. Nádia, por brutal erro médico que, felizmente, pôde ser reparado, ainda que em parte, tamanho foi o estrago perpetrado. Por conta da perícia de profissionais competentes e dignos do voto que fizeram, que foram colocados no caminho de Nádia, como análogos de uma profissional digna do nome que carrega – doutores de verdade a deixaram conosco para nos brindar com a alegria de termos esse cristal diáfono que, no entanto, brilha como ouro e que, por isso mesmo, se faz mais forte e muito mais autêntica. Sem imprecar contra a soberba profissional que reduziu sua capacidade infinda de viver plenamente a sua dimensão corporal, Nádia, porém, nunca abriu mão desse esplendor de vida e de afeto que continua a caracterizar sua sede de ter vida plena, ainda que a escritura que exercia com tanta maestria e leveza seja hoje um esforço titânico…

Infelizmente, Hélvia não foi poupada para continuar dando-nos o testemunho de verdade e paixão intensos pela vida e pela profissão de educadora que sempre a caracterizou. Foi também um monstro que a feriu, a ponto de lhe roubar a existência terrena que ainda desabrochava. Mártir deste vai e vem dos automóveis que ameaçam sempre mais a vida das pessoas, Hélvia foi trucidada na volta do trabalho.”

Conheço de perto a escritora Nádia Fernanda Maia de Amorim, e, por isso, sou admirador de seu caráter, de sua personalidade que herdou de sua saudosa genitora. E, principalmente, de educadora confirmada pelo mestrado/doutorado que fizera na capital de São Paulo. Dela aprendi a vontade de viver, exercer o magistério no Cesmac capitaneado pelo reitor doutor João Rodrigues Sampaio Filho. E, por extensão, pelo vice-reitor Prof. Doutor Douglas Aporatto Tenório, referência da historicidade caeté. Amiga fiel, grande antropóloga, e, acima de tudo, uma mulher vitoriosa nas suas lides profissionais. Católica, temente a Deus e, sendo assim, incapaz de guardar ódio e, muito menos, rancor de alguém.

Nesse sentido, para mensurar sua grandeza de Mestra, Educadora, deve-se reproduzir sua intenção de servir à coletividade: “ EDUCAR é trabalhar com o maior patrimônio do ser humano: seu cérebro, seu espírito, seu pensamento. É sobre esse inseparável tripé, porque uníssono, que atua a educação voltada para uma sociedade que tem, ou busca ter ÉTICA”.

Peço-lhe vênia a fim de poder acrescentar: educar é ter compromisso firmado com os discípulos, bem como com a Instituição. Por outro lado, necessita assumir metas e, ao mesmo tempo, planejar o futuro para que as lições tenham a finalidade precípua, ou seja, propiciar o aprendizado com elegância e satisfação pessoal.

Trata-se, portanto, de um livro fácil de leitura acessível e, porque não dizer, altamente pedagógico. Vê-se a abalizada experiência da autora colocando-se à disposição daqueles que desejarem seguir a Arte de Ensinar. Assim sendo, recomendo aos colegas professores a leitura da obra em epígrafe. E, sendo dessa maneira, adotarei nova postura no primeiro semestre de 2016 no Centro Universitário Cesmac, a maior universidade privada da terra de Lêdo Ivo. Creio na Escola Moderna, nos investimentos feitos à Educação. Infelizmente, o Brasil caminha nessa área sem rumo a curto, médio e longo prazos. Resta ter a esperança por dias melhores e, principalmente, na mudança da política macroeconômica desastrada imposta pela presidente Dilma Rousseff (PT).