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Marcos Adriano: o filho que levou o nome de Palmeira aos gramados do mundo inteiro

22/06/2015
Marcos Adriano: o filho que levou o nome de Palmeira aos gramados do mundo inteiro

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    Marcos Adriano Gonçalves Barros, 43, é um dos mais pródigos filhos da terra de Graciliano Ramos, na área esportiva. O filho do seu Expedito e dona Margarida percorreu vários gramados nacionais e internacionais, mas se sente acolhido quando retorna a Palmeira dos Índios. “Esta é a minha casa, aqui eu me sinto bem, cercado dos amigos, parentes e das pessoas que eu gosto”, resume o ex craque, separado, com duas filhas, uma com oito e outra, com seis anos.
Na meia esquerda, atuou entre os times de maior destaque do País, conquistando os mais importantes títulos. Apesar da paixão por Palmeira, começou a carreira no Operário, do Mato Grosso do Sul, quando se transferiu para lá com a família para ficar próximo de parentes.
Foi no Mato Grosso que ele se profissionalizou, e aonde jogou de 85 a 90, começando, curiosamente, pela lateral-direita.
E foi no mesmo ano de 1990, que Marcos Adriano viveu uma das mais importantes experiências – de vida e de atleta: se transferiu para o São Paulo Futebol Clube, levado por Luís Antônio Corrêa da Costa, o  Müller, que mostrou um vídeo com as jogadas dele para o então treinador tricolor, Telê Santana, que, de imediato, decidiu levar o alagoano para se engajar a um grupo formado por Raí, Palhinha, Erivelton, Toninho Cerezzo, Cafu e Zetti, entre outros craques, que culminaram com a conquista do bi  campeonato da Libertadores e bi da Copa do Mundo.
“Sem jamais criticar os clubes menores, especialmente o que me projetou, no Mato Grosso, o ambiente no São Paulo nos deixava extremamente à vontade. Eu era um dos mais novos do grupo, ao lado de outros já consagrados e o Telê Santana me adotou, era como um pai. Meu pai, inclusive, tinha essa tranquilidade, ao saber que eu estava em tão boas mãos”, recorda.
Marcos Adriano morava no Centro de Treinamento, o C.T. da Barra Funda, juntamente com Telê e outros jogadores solteiros.
Em 1993, aconteceu a transferência para o time do coração, o Clube de Regatas Flamengo, no Rio.  Lá, conquistou a Taça Guanabara, em 95, e o vice campeonato da Eurocopa, treinado pelo técnico Júnior.
“Jogar e torcer pelo Flamengo é algo indescritível”, resume, recordando que jamais ficava nas arquibancadas. “Se estava fora da equipe, era por problemas de lesão, normalmente, então eu preferia assistir ao jogo em casa”.
No Flamengo, foi treinado por Vanderlei Luxemburgo e atuou ao lado de Roger, Rodrigo, Gelson, Jorge Luís, Branco; Charles, Fabinho, Marquinhos, William, Mazinho, Romário e Sávio.
Entre os títulos conquistados no Flamengo, estão e Taça Libertad, Taça Cidade do Rio de Janeiro, Troféu Raul Plassman, Torneio See:, Pepsi Cup ’94, Torneio Internacional de Kuala Lumpur e Taça Guanabara.

    DESPEDIDA DO GALINHO
Adriano também participou, em 10 de outubro de 1994, da despedida do “God Soccer” como é conhecido Zico no Japão, num evento promovido pelo clube Kashima Antlers, em partida que reuniu um combinado de estrangeiros que atuavam no futebol japonês.

    No Santos, veio o reconhecimento com a ‘Bola de Prata’
A decisão do Campeonato Brasileiro de 1995 com o Santos, lhe rendeu a Bola de Prata, como o melhor lateral esquerdo do Brasil. “Esse é um dos meus grandes orgulhos, um reconhecimento pelo desempenho do meu trabalho”, lembra.
Com passe preso ao Santos, passou, de 95 a 99 pelo Atlético Mineiro e Paranaense, pelo Bahia – “uma torcida igualmente fanática” – , antes de se transferir para a Inter de Limeira [SP].
Marcos Adriano diz que a internet veio resgatar e manter as antigas amizades feitas no futebol e lembra que, entre elas, teve vários parceiros que sempre lhe ajudavam, Nélio e Charles Guerreiro, no Flamengo;  Marcelo Passos, Giovani e Jamelli, no Santos. “A internet ajuda muito a mantermos as amizades, mesmo à distância. Graças a Deus, só fiz amizades por todos esses clubes por onde passei”.
A amizade entre o falecido deputado federal por Palmeira dos Índios, Helenildo Ribeiro, e o presidente do Vasco, Eurico Miranda, proporcionou que Marcos Adriano integrasse a equipe cruzmaltina, em 2002. “Estivemos sempre brigando pelo título”, lembra.
Jogou, ainda pelo CRB, de Alagoas disputando a Série B; Confiança, de Sergipe, jogando o Sergipano, e pelo Fortaleza, disputando o Campeonato Cearense.
Em 2007, aconteceu a despedida oficial dos gramados, quando se realizou uma partida amistosa, reunindo os amigos do Marcos Adriano, no Estádio Juca Sampaio. “Depois desse período, passei um ano para repensar a vida e a carreira, até que, em 2011, veio o convite para integrar a equipe da Secretaria de Esportes da Prefeitura de Delmiro Gouveia”.
La, passou um ano e meio organizando campeonatos locais, observando e indicando jogadores.
De volta à Palmeira, recebeu convite para comandar o time do CSE, mas optou por aceitar o desafio de trabalhar em rádio, como comentarista. “No CSE, seriam apenas três meses e eu buscava uma coisa mais duradoura”, enfatiza.
Adriano é comentarista de esportes na Rádio Palmeira FM, nos programas de segunda a sábado, das 12h10min às 13h10min e, a noite, das 18h10min às 19h10min.
Nas redes sociais, pode ser encontrado, com um blog no site estadaoalagoas.com.br.
Mas a vontade de permanecer ligado ao futebol ainda permanece muito forte. “Penso sempre em dar sequencia à minha carreira, agora como treinador. Estou amadurecendo essa ideia e tenho certeza de que algo bom irá acontecer em breve. É para isso que estou trabalhando. Esse é um dos meus sonhos”, conclui o craque.
Se deu para juntar dinheiro nesse período em que joguei futebol? “Investi no que é mais sagrado para mim: meu pai, minha mãe, meus irmãos e minhas filhas. Investi na nossa casa, no nosso lar, que acredito que seja o maior investimento que se possa fazer”, colocou.

    Joãozinho Paulista: “Adriano é um baita amigo, uma pessoa de quem gosto muito”

Joãozinho Paulista, o maior artilheiro da história do CRB, participou e marcou um gol no jogo de despedida em Palmeira dos Índios. “O estádio estava lotado, repleto de amigos dele”, relembra.
“Marcos Adriano é um baita amigo, participou de uma história de glórias do futebol brasileiro, ao lado de grandes craques; esteve entre os melhores do Brasil e se destacou entre todos. Fiquei muito orgulhoso de ter sido convidado para aquela partida em Palmeira dos Índios e, mais orgulhoso, ainda, de ter o Marcos Adriano como um amigo. É, realmente, uma pessoa de quem eu gosto muito”, resumiu.