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Brasil sediará 1º Jogos Mundiais dos Povos Indígenas

24/06/2015
Brasil sediará 1º Jogos Mundiais dos Povos Indígenas
(Foto: Fábio Pozzebom/ABr)

(Foto: Fábio Pozzebom/ABr)

    “A afirmação dos Jogos Mundiais Indígenas é a afirmação de um mundo diferente; um mundo que é capaz de, por meio do esporte, conquistar, também, a sustentabilidade e a inclusão social”. Com essas palavras, a presidenta Dilma Rousseff lançou oficialmente a 1ª edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, na noite dessa terça-feira (23), no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.
A competição será realizada de 23 de outubro a 1º de novembro, em Palmas (TO), e terá como tema: em 2015, somos todos indígenas. O evento pretende reunir cerca de 2,2 mil participantes de 24 etnias brasileiras e mais de 20 delegações internacionais, de países como Austrália, Canadá, China, Filipinas, Japão, Noruega e Rússia. O Brasil já conta com a experiência de outras 12 edições nacionais (de 1996 a 2013) desses jogos.
“Vamos torcer juntos para que os primeiros Jogos Mundiais Indígenas permitam que a gente reafirme o nosso apreço pela diversidade e pela pluralidade; o nosso apreço pelo respeito à diferença, pela tolerância e, sobretudo, por uma convivência pacífica e fraterna entre todos os povos do mundo, entre todas as etnias”, reforçou a presidenta em seu discurso.
A cerimônia de lançamento dos Jogos contou a presença da secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC) do MinC, Ivana Bentes, que representou o ministro da Cultura, Juca Ferreira, dos ministros da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, da Agricultura, Kátia Abreu, da Integração Nacional, Gilberto Occhi, do Esporte, George Hilton, da Justiça, José Eduardo Cardozo, do Turismo, Henrique Eduardo Alves, e da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, além de representantes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, Jorge Chedieck, dos governos do Distrito Federal e de Tocantins e da prefeitura de Palmas, além de indígenas dos cinco continentes.
De acordo com o líder indígena brasileiro e articulador internacional dos Jogos, Marcos Terena, os representantes dos países que compõem os Jogos estão em Brasília para participar de um Congresso Técnico, nos dias 24 e 25 de junho, no qual serão definidas as normas para realização dos jogos. Segundo Terena, entre as principais modalidades disputadas, estão arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, canoagem, corrida com tora, corrida de resistência, corrida de velocidade, futebol, lutas corporais e natação. E, em paralelo aos jogos, haverá uma programação cultural e demonstrações de jogos tracionais específicos de cada etnia.
O campeonato é uma iniciativa do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC), em parceria com o Ministério do Esporte e com a prefeitura municipal de Palmas (TO).

   MinC e Povos indígenas

A atual gestão do MinC elencou a pauta indígena como uma das prioridades, compromisso assumido ainda durante a campanha de reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Entre as atividades de retomada e ampliação de ações com os povos indígenas está o edital de Pontos de Cultura Indígena, que será lançado no próximo dia 2 de julho.
Para Ivana Bentes, os Jogos Indígenas, articulados pelos próprios indígenas, apresentam uma alternativa à ideia dos Jogos Olímpicos, tais quais como eles existem hoje, dentro até de um conceito diferente de competição, de rivalidade e mais ligado à celebração. Ela aponta que a iniciativa revela a importância da atuação dessas etnias, não como passado do Brasil, mas como futuro. “Você recoloca os indígenas no Brasil no debate contemporâneo, dentro do esporte, na cultura”, sintetizou.
O presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Francisco Bosco, que também participou da cerimônia, afirmou que a fundação pretende estreitar as relações com os povos indígenas. “Estamos construindo o que será o primeiro edital indígena da Funarte. Também pretendemos que os povos indígenas se aproximem da Funarte no sentido de participar dos nossos programas”.
Com relação à participação deles na elaboração de políticas públicas para cultura, o Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) está em processo de reformulação e nova composição. Isso inclui o Colegiado Setorial dos Povos Indígenas, que terá no Fórum Nacional, de 9 a 16 de agosto, em São Paulo, a eleição de novos representantes.