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Olho D’água das Flores, sessenta anos

06/12/2013
Olho D’água das Flores, sessenta anos

Tem tantas belezas tantas/ a minha terra natal/ que nem a sonha um poeta,/ e nem as canta um mortal (Cassimiro de Abreu). O mês de dezembro, mas precisamente no dia 02, a cidade sertaneja de Olho d Água das Flores, está completando sessenta anos de emancipação política, fato histórico ocorrido aos 02 de dezembro de 1953. Historicamente o nome da cidade está ligado a dois elementos, água e flores, água que é vida, e flores que enfeitam a vida conforme reza a tradição que, em 1800, aqui chegou o Pe. Antonio Duarte, juntamente com alguns escravos, encantados com as flores dos paus d´ arco que sombreavam uma cacimba, dando aquele lugar bucólico, um ambiente belo e acolhedor, ante esse aspecto poético e geográfico, aqueles primeiros habitantes denominaram o local de Olho d´ Água das Flores, como tão bem cantaria mais tarde seu poeta maior, Olímpio Sales de Barros (1.910-1974), depois “de trezentos anos/ que o Brasil foi descoberto/ Olho d’Água das Flores,/ ainda era um deserto” só existia uma fonte/ perto daquela monte/ com umas flores bem perto, e continua o poeta e político dentro de seu telurismo, “por aqueles tempos remotos/ alguns campeadores/ que uns chamava vaqueiros/ outros chamava pastores/ ali sempre se juntaram,/ por isto denominaram de Olho d’ Água das Flores”. Depois de ter construído uma casa de pedra para morar e há alguns metros, outra casa para os escravos residirem, dedicou-se, Pe. Duarte, a pecuária e a uma agricultura de subsistência, não tendo exercido nenhuma atividade religiosa, por não está ligado a nenhuma diocese ou ordem religiosa, além de saúde já bem abalada pelos solavancos da vida, tendo falecido um ano após sua chegada. Quando em 1.864, chegaram a região os irmãos Ângelo e Gil de Abreu com suas famílias, compraram as terra aos escravos de Padre Duarte, e começaram as mesmas atividades de seus antecessores, iniciando assim o povoamento do lugarejo, que crescia a passos largos, dado a isto, em 1920, criou-se a feira livre, sendo atualmente uma das melhores do sertão de Alagoas.
A Lei 108 de 24 de agosto de 1.948, criou o Distrito Judiciário de Olho d’ Água das Flores, e no ano seguinte, 1.949, a lei 1.473 de 17 de setembro, levou a categoria de Distrito administrativo, porém ainda estava ligada a Santana do Ipanema, mas o idealismo de Domício Silva, Arnóbio Silva, Olímpio Sales de Barros, Manoel Floriano Abreu, Orlando Augusto Melo, Alfredo Abreu Ferreira, Edson Matias e outros, por meio de um Projeto de lei do então Deputado Adalberon Cavalcante Lins, conseguiram a emancipação politica do município, aos dois de dezembro de 1.953, através da lei 1.748, tendo sido nomeado o primeiro Prefeito Orlando Augusto Melo, pelo então governador Arnon de Melo.
Hoje sessenta anos depois, Olho d’ Água das Flores é uma cidade próspera e desenvolvida, com uma economia centrada na agricultura, pecuária e comércio, várias agências bancárias, Caixa Econômica, 03 faculdades, sendo um polo da UFAL, escolas de cursos fundamentais, médios e enfermagem, comércio bom, ruas e praças, calçadas, água encanada e energia em todo município. Ao longo de sua história, cerca de 9 prefeitos se revezaram ao longo desse tempo, atualmente está a frente do município à Senhora Maria Ester Damasceno Silva, em terceiro mandato, todos eles imprimiram seu trabalho em prol do povo e do desenvolvimento do município. Concluo este modesto artigo histórico, com uma oitava poética, que escrevi assim “é uma cidade pequena/ porém é muito bonita,/ tem a Praça José Amorim/ que é o cartão de visita,/ no olhar de sua gente/tem cor de todas as cores/esta cidade bonita,/ é Olho d’ Água das Flores”.