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Mortes em Paraisópolis ‘nada têm a ver com conduta dos policiais’, diz advogado
O advogado Fernando Fabiani Capano, responsável pela defesa de alguns dos policiais militares que atuaram em Paraisópolis no fim de semana passado, disse nesta sexta-feira, 6, que “o resultado trágico nada tem a ver com a conduta direta ou indireta dos policiais militares que lá estavam”. A conduta deles, diz o defensor, “serviu em grande medida para acautelar a ocorrência e evitar tragédia maior”. A ocorrência terminou com nove mortos por pisoteamento.
As declarações constam de nota pública divulgada pelo escritório de advocacia de Capano. Ele diz que o estopim do problema foi a conduta criminosa de indivíduos que atiraram contra os policiais. Os agentes sustentam desde domingo que a intervenção na região ocorreu após ocupantes de uma moto terem atirado contra eles, o que deu início a uma perseguição e levou à dispersão do Baile da DZ7.
Capano destaca ainda a necessidade de se investigar a responsabilidade da Prefeitura de São Paulo no caso, assim como o papel dos organizadores do evento. “Há de se perquirir também acerca da responsabilidade dos organizadores desse tipo de evento que, reunindo grande multidão e sem cumprir minimamente as regras e posturas municipais de ocupação do espaço público, expõe seus frequentadores a grande risco. Também causa espécie a ausência de qualquer fiscalização do Poder Público Municipal que, de modo preventivo, poderia tutelar e organizar esse tipo de evento, evitando tragédias desta natureza, causadas por grandes aglomerações desorganizadas e em local físico impróprio.”
Para ele, faltam elementos que possam apontar a responsabilidade pelas mortes para os policiais. Ele diz esperar que a investigação das autoridades demonstre plenamente o que a defesa dos policiais está sustentando. “Mais uma vez ressaltando a tristeza pelas mortes ocorridas, acredito que a verdade prevalecerá e que os responsáveis diretos pela tragédia – que não são os policiais militares – serão trazidos a juízo”, declarou Capano.
A reportagem questionou a Prefeitura sobre o assunto no início da noite, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.
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