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Apolo em Cena: olhar de João Erisson sobre o Deodoro
No meio da semana de comemoração aos 109 anos do Teatro Deodoro, o Café da Linda, que fica no saguão do Teatro, receberá a exposição Apolo em Cena com fotografias de João Erisson. A mostra apresenta 16 fotos, em 30×45, clicadas por João nos últimos 12 meses, que mostram a beleza e força do Deodoro, assim como as atrações que passaram pelo centenário palco. A abertura está marcada para quinta-feira, (14/11), às 19h, com entrada gratuita.
João é técnico de som do Teatro Deodoro há 30 anos. O curador da exposição, Alexandre Holanda, que também é o gerente artístico da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal), explica que o fotógrafo consegue ir do olhar comum ao do profundo conhecedor: “João tem muita vivência dentro do Teatro. Há muitos anos vem fotografando, já é sua segunda exposição individual. Ele tem o olhar do espectador, de quem está por fora, como também de quem está na coxia, nos bastidores”.
Alexandre também comenta que não foi fácil escolher as fotos que entrariam na exposição, pois João tem um rico e belo acervo, e diz o que motivou a seleção foi o “elo que une as fotos e mostram a beleza arquitetônica do prédio, o secular palco oficial do Estado, grandes momentos acontecidos entre novembro de 2018 e novembro de 2019. Selecionamos um pouco desse último ano pra mostrar que o Deodoro continua firme, forte e ativo”, pontua o curador.
Quem o conhece, sabe que João sempre está com a câmera pendurada no pescoço, pronta para o clique. O fotógrafo autodidata conta que não se distancia da máquina em nenhum momento, quando não está em mãos, está na mochila: “Ando muito por aí e o momento não espera para ser fotografado, tem que estar pronto”. E por mais que esteja há tanto tempo fotografando o Teatro Deodoro, tendo-o como objeto de cliques, as fotos do João continuam sempre novas e surpreendentes. “O fotógrafo não pode ficar na mesmice, ele tem que saber criar a foto”, dando o segredo de sua produção, e continua “Hoje, existem tantas possibilidades de fotografia, tem que saber fazer algo criativo. A foto é a técnica e o olhar”, conclui.
João relembra que adentrou o mundo das imagens aos 17 anos, com uma máquina analógica. “Meu pai tinha um projetor de slides, então eu tirava as fotos e projetava para minha família. Eu ainda tenho as caixinhas de slides com minhas fotografias”, recorda com carinho. Quando começou a trabalhar com som, ele se distanciou da fotografia, mas ao se tornar técnico do Deodoro e as máquinas digitais surgirem, ele conta que precisou voltar a clicar, a registrar as formas e passou a enxergar no Teatro um universo de possibilidades imagéticas. E são essas formas, cores e belezas que estarão expostas na Apolo em Cena – 109 anos do Teatro Deodoro.
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