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Protestos no Equador atrapalham treinos do Corinthians na Libertadores Feminina

10/10/2019

Os times femininos de Corinthians e a Ferroviária se preparam para estrear na Copa Libertadores em meio ao caos que vive o Equador. A delegação da equipe alvinegra está desde domingo em Quito, capital do país, e teve um dos treinos cancelados por questões de segurança – a estreia será no sábado. A equipe do interior paulista desembarcou na quarta-feira e enfrentou menos problemas – o primeiro jogo será na sexta.

“A situação no país é realmente complicada. Nas ruas, são muitos protestos, alguns deles com conflitos e violência. Na terça-feira, precisamos deixar o hotel onde estávamos, no centro de Quito, por medida de segurança, a pedido do Comitê Organizador Local (COL). Lá está o foco das manifestações. Mas, apesar desse contexto estamos todos bem”, afirmou o técnico do Corinthians, Arthur Elias.

A coordenadora de futebol feminino da Ferroviária, Ana Lorena Marche, relatou que ao chegarem no hotel na quarta-feira perceberam que o comércio local estava fechado, mas disse que as manifestações não estavam nas proximidades. “Estamos em contato direto com a Conmebol e CBF desde o início das manifestações para saber se teria alguma mudança na competição. Foi garantida toda a parte de segurança. Nosso voo não foi alterado, a parte de logística por enquanto também não foi alterada. A Conmebol estava no aeroporto e cedeu escolta.”

O presidente do Equador, Lenín Moreno, decretou estado de exceção em todo o país no último dia 3 e anunciou a troca da sede do governo de Quito para Guayaquil. Os protestos da população são contra aumento de 123% no preço da gasolina. Nos últimos dias houve bloqueio de estradas em Quito e Guayaquil, as duas principais cidades do país.

O aumento decorre da retirada de subsídios da gasolina, que vigorava no país há 40 anos, depois de o Equador ter fechado um acordo de US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 8,2 bilhões) com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O objetivo do acordo é reduzir a dívida pública equatoriana, que tem aumentado desde que o país perdeu receita com a queda do preço do petróleo, a partir de 2014.

A Conmebol garantiu que há segurança para o torneio ser disputado mesmo com a onda de protestos. O comitê organizador do torneio ofereceu escolta policial a todas as equipes que disputarão a Libertadores. “Estamos tendo todo o suporte, respaldo e atenção para tudo. Além disso, temos total apoio da presidência do clube e da direção da modalidade, na figura de Cristiane Gambaré, que nos acompanha aqui no Equador”, disse Arthur.

Na quarta-feira, uma greve geral foi convocada por grupos indígenas e provocou o bloqueio de estradas, paralisações no transporte público e o fechamento do comércio em Quito e outras cidades do país. Por questões de segurança, o Corinthians não conseguiu treinar e realizou apenas atividades físicas no hotel.

“Estamos com uma delegação que oferece um grande apoio para as atletas e todas estão bem, com poucos problemas em relação a altitude. Algumas sentiram um pouco mais de cansaço e a Tainá buscou uma adaptação com a velocidade da bola. Tudo dentro do esperado”, finalizou Arthur.

ESTREIAS – O conselho técnico da competição está previsto para o início da noite desta quinta-feira. Os clubes aguardam por orientações em relação aos próximos dias e como será o deslocamento para os jogos. A expectativa é que as datas e horários dos duelos não sejam alterados.

A estreia do Corinthians está marcada para sábado, às 19 horas (de Brasília), diante das equatorianas do Club Ñañas. O time alvinegro está no Grupo C, ao lado do América de Cali e do Libertad/Limpeño.

A Ferroviária está no Grupo B, junto o Deportivo Cuenca (Equador), Estudiantes Caracas (Venezuela) e Mundo Futuro (Bolívia). A equipe fará sua estreia nesta sexta-feira, às 21h30 (de Brasília), contra o Mundo Futuro.

Corinthians e Ferroviária vem de uma sequência de quatro confrontos. O time alvinegro levou a melhor no Campeonato Paulista e garantiu classificação à final com duas goleadas 4 a 0 e 5 a 1. A equipe de Araraquara, no entanto, com uma vitória nos pênaltis após dois empates, garantiu a taça de campeão brasileiro. A Libertadores pode ser o tira-teima dessa disputa.

Autor: Danielle Bellini e João Prata
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