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Com fé e gratidão, devotos de nossa senhora superam dificuldades
Em cada canto do Santuário Nacional de Aparecida é possível ouvir uma história diferente de fé e agradecimento. A todo instante, centenas de romeiros tomam os espaços livres para descansar, esticar as pernas, aguardar os companheiros de caminhada ou se conectar com suas crenças.
Depois de quatro dias caminhando de São Paulo a Aparecida, o carioca Eduardo Nunes descansava encostado em uma das pilastras externas do templo enquanto aguardava a carona de sua mulher.
“Quando minha mãe caiu e fraturou o fêmur eu vim aqui e levei uma imagem de Aparecida para ela no hospital, prometi que viria para cá assim que ela se recuperasse”, comenta o devoto, que faz a caminhada há quatro anos em todo 12 de Outubro.
Depois de ter a segunda perna amputada por causa da diabete crônica, o maranhense Raimundo Nonato, de 61 anos, sentiu-se tocado pela fé quando sua filha teve complicações na gravidez, perdeu o bebê e ficou com a vida em risco.
“Vim aqui para agradecer a vida, tanto a minha quanto da minha filha, quero viver muito ainda, ano que vem estarei aqui novamente”, conta o romeiro de São Luís, que viajou 3 mil quilômetros de ônibus sob desconforto pelo uso de próteses nas duas pernas.
Nonato ainda estava sob o efeito anestésico da chegada ao templo religioso que desde criança adorava ver pela televisão.
“Impactante, surreal”, define, enquanto descansava sentado junto a porta de entrada da Basílica de Aparecida com uma rosa branca tirada do andor da novena de Nossa Senhora.
Antes, pediu para registrá-lo no próprio celular com uma foto que enviaria para a filha, que prometeu vir com ele no próximo ano.
A fé supera qualquer obstáculo. É assim que o ex-caminhoneiro Eduardo Bragheroli, de 57 anos, de Santo André, no ABC paulista, viajou 195 quilômetros de bicicleta em três dias para agradecer ao milagre de ter sobrevivido a um acidente com o caminhão, onde perdeu a visão de um dos olhos. Hoje, ele dispõe de 14 parafusos de titânio na cabeça.
Acostumado a propor desafios, como ele gosta de dizer, mesmo tendo caído no acostamento e machucando uma perna, ele não desistiu de seguir o trajeto que faz há 4 anos.
“Não vejo a hora de chegar o 12 de Outubro para vir pedalando, farei isso até enquanto aguentar pedalar, quem sabe uns 90 anos”, afirma o ex-caminhoneiro, que agora vive de trabalhos artísticos.
Autor: Gerson Monteiro, especi
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