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66% dos maceioenses economicamente ativos estão endividados

16/10/2019
66% dos maceioenses economicamente ativos estão endividados

Após duas quedas consecutivas do endividamento dos consumidores na capital, mas com elevação da inadimplência, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores (PEIC) de Maceió, realizada pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aponta que houve aumento de 4,08% do endividamento em setembro, em relação ao mês imediatamente anterior. Isso demonstra que 66% dos maceioenses economicamente ativos utilizaram algum tipo de crédito para contrair dívida.

O assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, ressalta que, desde agosto, o endividamento corrente está acima do registrado nos últimos 12 meses, “indicando que os consumidores, por conta da informalidade e renda menor estão exagerando no uso das ferramentas de crédito para encerrar o mês”. Assim, na variação anual, o maceioense está 7,35% mais endividado do que no mesmo mês do ano passado.

Em termos mensais, a dificuldade de pagar as contas apresentou elevação de 0,46%, o que pode ser considerado estagnação. Já a inadimplência caiu 2,45%, fato positivo. Em termos anuais, o atraso de contas está 3,26% menor e a inadimplência é 6,92% mais baixa.

Na análise do economista, os dados de Alagoas confirmam os indicadores nacionais que demonstram que o nível de endividamento da população é o maior dos últimos 6 anos, devido à redução da renda familiar e à busca por crédito para fechar as contas do mês. “Inclusive, o nível de endividamento geral das famílias brasileiras é de 65,1%, enquanto a da capital alagoana é de 66%, ou seja, estamos 0,9% acima do endividamento geral da população brasileira”, avalia Felippe. “A elevação também alcança as pessoas que estão atrasando contas, pois estamos 3,9% acima da média nacional. E, em termos de inadimplência, 8,1% acima”, complementa.

Como em meses anteriores, principal instrumento para aquisição de novas dívidas é por meio do cartão de crédito (83,9%), seguido pelo uso dos carnês de loja (13,1%) e outras modalidades de dívidas (7,1%).

Dentre os 54 mil consumidores inadimplentes, apenas 3% indicaram que terão como pagar integralmente a dívida, conseguindo sair da situação. Outros 13,1% informaram que vão pagar parcialmente, negociando ou deixando mais juros rolando para o mês subsequente. E, outros 65% não terão condições de pagar nem parcialmente suas dívidas, permanecendo na situação e com o montante da dívida ainda maior para o mês seguinte.

O tempo de pagamento, em média, em que as dívidas permanecem em atraso/sem pagamento já é de 77,3 dias. E, em termos de endividamento geral, o período médio que os consumidores ficam comprometidos com alguma dívida é de 6,1 meses. Além disso, os cidadãos de Maceió estão comprometendo, na média, 27,4% de seus salários com dívidas.

Relatório completo no site do Instituto Fecomércio AL.

(www.fecomercio-al.com.br)