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43ª Mostra: Confira os destaques da programação em São Paulo

17/10/2019
43ª Mostra: Confira os destaques da programação em São Paulo

Na 43ª edição, a Mostra Internacional de Cinema exibe clássicos e longas-metragens inéditos – e promove sessões especiais gratuitas em São Paulo. A seguir, confira os destaques da programação:

A 43ª Mostra Internacional de Cinema ocupa, até 30/10, cerca de 30 salas paulistanas com mais de 300 filmes nacionais e estrangeiros. Fazem parte da programação exibições especiais, curtas em realidade virtual, homenagens e longas-metragens inéditos – entre eles, o longa de abertura, ‘Wasp Network’, de Olivier Assayas, e o de encerramento, ‘Dois Papas’, dirigido por Fernando Meirelles. Filmes premiados em festivais e títulos que concorrem a uma vaga na disputa do Oscar também integram a programação. Antes de sair de casa, confirme os horários das sessões no site do evento (43.mostra.org), pois eles podem sofrer alterações.

INGRESSOS E PACOTES

– Ingresso avulso: R$ 20 (2ª a 5ª) / R$ 24 (6ª, sáb. e dom.).
– Permanente Integral: R$ 500.
– Permanente Especial: R$ 117 (para todas as sessões de 2ª a 6ª, até 17h55).
– Pacote 40 ingressos: R$ 374.
– Pacote 20 ingressos: R$ 220.

Central da Mostra. Conj. Nacional. Av. Paulista, 2.073, Metrô Consolação, 3179-0134. 11h/21h. Até 30/10. Ingressos avulsos são vendidos apenas nas respectivas salas de exibição ou pela internet (www.veloxtickets.com).

HOMENAGEADOS

O diretor palestino Elia Suleiman recebe o Prêmio Humanidade desta edição. Premiado no Festival de Cannes 2019, seu novo filme, ‘O Paraíso Deve Ser Aqui’ (Reserva Cultural: 25/10, 20h. Itaú Augusta: 26/10, 21h20. Petra Belas Artes: 28/10, 21h15. Cinearte: 29/10, 16h15), faz parte da programação.

O francês Olivier Assayas, que ganha retrospectiva com 14 filmes, e o israelense Amos Gitai recebem o Prêmio Leon Cakoff. Sessões especiais homenageiam dois longas de Gitai: ‘Berlim-Jerusalém’, de 1989 (Frei Caneca: 24/10, 19h10; 27/10, 14h); e ‘Kadosh – Laços Sagrados’, de 1999 (Frei Caneca: 24/10, 21h; 27/10, 17h40).

O crítico de cinema Rubens Ewald Filho, que morreu este ano, também será homenageado com uma sessão especial de um de seus filmes favoritos: ‘O Mágico de Oz’ (Vão-livre do Masp: 24/10, 19h30), longa de 1939 dirigido pelo americano Victor Fleming.

INTERNACIONAIS

Entre os títulos que compõem a Perspectiva Internacional está Wasp Network (foto acima), de Olivier Assayas (Cinearte: 18/10, 16h30. Frei Caneca: 20/10, 21h15. Cinesesc: 26/10, 21h15). Com Penélope Cruz, Gael García Bernal e Wagner Moura no elenco, conta a história de um dissidente político cubano, durante o regime de Fidel Castro, nos anos 1990. Outro destaque é Honeyland, de Ljubomir Stefanov e Tamara Kotevska (Cinearte: 19/10, 14h30. Cinesala: 21/10, 17h45. Cinesesc: 23/10, 22h15. Frei Caneca: 26/10, 20h15). No enredo, uma mulher, que vive numa vila isolada na Macedônia do Norte e cuida de uma colônia de abelhas, tem sua paz ameaçada por novos vizinhos.

NACIONAIS

Mais de 60 filmes compõem a programação da Mostra Brasil. Um deles é Três Verões (foto acima), dirigido por Sandra Kogut e com Regina Casé no elenco (Teatro Municipal: 19/10, 21h. Frei Caneca: 25/10, 15h40. Petra Belas Artes: 28/10, 15h10). Outro título é o Amazônia Sociedade Anônima, de Estevão Ciavatta, sobre a união de índios e ribeirinhos na luta contra o roubo de terras e o desmatamento ilegal na Amazônia (Cinesesc: 27/10, 20h. Itaú Augusta: 28/10, 20h10. Frei Caneca: 29/10, 16h). Também será exibido Banquete Coutinho, de Josafá Veloso, sobre a obra do cineasta Eduardo Coutinho (Petra Belas Artes: 18/10, 19h10. Frei Caneca: 19/10, 13h30. IMS: 23/10, 14h).

CINEMA ALEMÃO

Dez títulos produzidos pela Alemanha nos últimos anos contemplam a programação de Cinema Alemão: por Mariette Rissenbeek. Selecionados pela nova diretora executiva do Festival Internacional de Cinema de Berlim, a Berlinale, participam filmes como ‘As Mulheres de Rosenstrasse’, de Margarethe von Trotta, lançado em 2003 (Frei Caneca: 24/10, 19h10. MIS: 27/10, 15h); ‘Verão em Berlim’, de 2005, dirigido por Andreas Dresen (Frei Caneca: 24/10, 19h30. Petra Belas Artes: 29/10, 13h30); ‘O Estranho em Mim’, de 2008, com direção de Emily Atef (IMS: 19/10, 16h40. MIS: 23/10, 19h30); e ‘Phoenix’, produção de 2014, de Christian Petzold (Itaú Augusta: 26/10, 14h. Frei Caneca: 30/10, 17h10).

VERSÃO RESTAURADA

Para lembrar os 25 anos da exibição do longa-metragem Sátántangó (foto acima), na 18ª edição da Mostra, o evento projeta uma versão restaurada da obra, dirigida por Béla Tarr (IMS: 24/10, 14h. Cinesesc: 29/10, 16h). Vencedor do Prêmio Caligari, dentro da Berlinale de 1994, o filme, que tem mais de sete horas de duração, retrata personagens rurais da Hungria contemporânea, tendo como cenário uma propriedade agrícola abandonada. O enredo é uma adaptação do romance homônimo que marcou a estreia do escritor László Krasznahorkai.

EXIBIÇÕES ESPECIAIS

Curtas-metragens em realidade virtual integram as edições da Mostra desde 2017. Este ano, serão exibidos 19 títulos no Cinesesc, com sessões gratuitas de hora em hora, entre 15h30 e 20h30 (é necessário retirar ingresso 1h antes). Um deles é ‘Um Outro Sonho’, de Tamara Shogaolu, sobre um casal de lésbicas egípcias que buscam asilo na Holanda. ‘Segundo Passo’, de Jörg Courtial, e ‘A Linha’, de Ricardo Laganaro – vencedor do Prêmio VR Experience no Festival de Veneza -, também estão na lista.

A Orquestra Jazz Sinfônica executa ao vivo a trilha sonora de ‘O Gabinete do Dr. Caligari’, clássico alemão de 1920, dirigido por Robert Wiene, em exibição gratuita voltada para a plateia externa do Auditório Ibirapuera (2/11, 19h), no gramado do parque. No enredo, dois amigos visitam um doutor e conhecem Cesare, homem sonâmbulo que acredita estar prestes a morrer – o que levanta suspeitas entre os personagens.

Seis filmes nacionais serão exibidos no Teatro Municipal entre 6ª (18) e domingo (20), com entrada gratuita (retirar ingresso 1h antes de cada sessão). Entre eles, ‘Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou’, de Bárbara Paz (20/10, 20h30). Longas como ‘Abe’, de Fernando Grostein Andrade (19/10, 16h), e ‘Turma da Mônica: Laços’, de Daniel Rezende (20/10, 16h), completam a programação.

Em um telão no vão-livre do Masp, as exibições incluem o documentário nacional ‘Slam: Voz de Levante’, de Roberta Estrela D’Alva e Tatiana Lohmann (25/10, 19h30), e ‘Todas As Canções de Amor’, de Joana Mariani (26/10, 19h30). Em homenagem ao Dia Internacional do Patrimônio Audiovisual, uma seleção de curtas do cineasta Georges Méliès, como ‘Viagem à Lua’ (1902), encerra a programação (27/10, 19h30).

Dois longas-metragens inéditos também terão exibições gratuitas na área externa do Auditório Ibirapuera, no Parque Ibirapuera. Após a projeção de ‘O Farol’ (foto acima), com Willem Dafoe e Robert Pattinson, haverá bate-papo com o diretor, o americano Robert Eggers (29/10, 19h30). Para a sessão de encerramento da 43ª Mostra, o mesmo local projeta o drama ‘Dois Papas’ (30/10, 19h30), dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles e protagonizado pelos atores Anthony Hopkins e Jonathan Pryce.

NO CAMINHO PARA O OSCAR

Como se tornou um hábito, a Mostra oferece a chance, para os fanáticos pelo Oscar, de conhecer alguns dos adversários do Brasil na categoria Melhor Filme Internacional – como agora é conhecido o até então chamado Melhor Filme Estrangeiro. Assim, será possível ver um dos grandes rivais, o sul-coreano Parasita, de Bong Joon-ho, que chega ostentando a mais recente Palma de Ouro de Cannes. Trata-se da história de uma família de pobretões espertos, que consegue aplicar uma série de golpes em uns ricaços (Petra Belas Artes: 18/10, 21h10. Cinearte: 19/10, 21h20. Itaú Augusta: 27/10, 21h15). No entender de Rodrigo Teixeira, produtor do candidato nacional – o belíssimo A Vida Invisível, de Karim Aïnouz (Teatro Municipal: 18/10, 20h30; foto abaixo) -, trata-se de um dos dois longas que deverão estar na finalíssima do Oscar. O outro, para ele, é o espanhol ‘Dor e Glória’, de Pedro Almodóvar.

A briga, no entanto, promete ser forte. Uma boa pedida é o palestino O Paraíso Deve Ser Aqui, de Elia Suleiman, que será homenageado na Mostra (Reserva Cultural: 25/10, 20h. Itaú Augusta: 26/10, 21h20. Petra Belas Artes: 28/10, 21h15. Cinearte: 29/10, 16h15). Aqui, ele viaja para diferentes cidades e encontra paralelos inesperados em sua terra natal, a Palestina. Seu olhar, sempre generoso, é um dos trunfos do filme.

Outro longa que deverá dar o que falar é o argelino Papicha, de Mounia Meddour (Frei Caneca: 19/10, 19h20; 22/10, 17h30. Itaú Augusta: 26/10, 14h. Cinesala: 28/10, 19h45). O assunto é explosivo: Nedjma é uma estudante universitária apaixonada pelo mundo da moda, mas inconformada com a opressão que o governo de seu país exerce sobre mulheres, limitando sua liberdade e presença em espaços públicos. Determinada, ela organiza um desfile em protesto, que desafia as regras impostas pela sociedade argelina.

Também na vertente da luta pelos direitos do cidadão está Empuxo, de Rodd Rathjen, representante da Austrália (Cinesala: 18/10, 14h. Frei Caneca: 19/10, 17h50; 29/10, 21h40. CCSP: 23/10, 19h. Reserva Cultural: 26/10, 14h). Conta a história de Chakra, rapaz de 14 anos, que é vendido como trabalhador escravo ao capitão de um navio de pesca tailandês. Logo, ele vai descobrir que o militar é autoritário e cruel.

Já o norueguês Cavalos Roubados, de Hans Petter Moland, passa-se em 1999, quando o mundo temia o chamado ‘Bug do Milênio’, que provocaria um verdadeiro apagão em todos os computadores do mundo (Cinearte: 21/10, 18h45. Frei Caneca: 22/10, 17h15; 26/10, 17h20. Reserva Cultural: 23/10, 16h20). Destaque para a fotografia, premiada em Berlim.

Adversário favorito dos brasileiros, a Argentina entra na competição com uma comédia engenhosa, sobre um grupo de moradores de uma vila que, depois de enganado por dois trapaceiros que ficaram com a poupança destinada a reformar a antiga cooperativa agrícola, decide fazer justiça com as próprias mãos. Esse é o lema de A Odisseia dos Tontos, de Sebastián Borensztein, e o elenco é encabeçado por um peso-pesado: o veterano Ricardo Darín (Frei Caneca: 28 e 29/10, 21h10. Cinearte: 30/10, 19h15).

Já o cinema alemão costuma oferecer dramas intensos, como é caso de System Crasher, de Nora Fingscheidt (Cinesesc: 18/10, 17h45. Frei Caneca: 20/10, 17h30. Itaú Augusta: 24/10, 19h40. Reserva Cultural: 26/10, 15h50). É sobre uma menina de 9 anos que é uma criança-problema: não se fixa em nenhum lar para menores, pois assusta os cuidadores com seus surtos de raiva – isso é fruto de seu inconformismo de ter sido abandonada pela mãe ainda pequena.

A Academia aceitou a inscrição de 93 países na disputa do Oscar de Melhor Filme Internacional. Os cinco finalistas serão conhecidos no dia 13/1 e o grande vencedor, na festa de 9/2. Ubiratan Brasil

ALGUNS PREMIADOS

Produções vencedoras de grandes festivais internacionais também integram a programação da 43ª Mostra. Entre elas, Deus É Mulher, Seu Nome É Petúnia, de Teona Strugar Mitevska, que ganhou o prêmio do júri ecumênico no Festival de Berlim (Petra Belas Artes: 25/10, 21h30. Cinesala: 26/10, 19h40. Itaú Augusta: 27/10, 15h40. Cinesesc: 28/10, 15h50. Frei Caneca: 29/10, 17h). Já o filme Fim de Estação, de Elmar Imanov, foi contemplado com o Prêmio da Crítica no Festival de Roterdã (Cinearte: 22/10, 19h50. Frei Caneca: 23/10, 15h20. Itaú Augusta: 24/10, 19h20. CCSP: 29/10, 19h20).

Dos irmãos Dardenne, O Jovem Ahmed ganhou prêmio de melhor direção no Festival de Cannes (Reserva Cultural: 20/10, 20h10. Frei Caneca: 22/10, 15h30. Cinesesc: 24/10, 16h. Cinearte: 29/10, 14h30); e O Que Arde, de Oliver Laxe, venceu o prêmio do júri na mostra Um Certo Olhar, do mesmo importante festival francês (Frei Caneca: 25/10, 19h40; 30/10, 18h15. Cinearte: 28/10, 14h. CCSP: 29/10, 15h). Outro premiado é Synonyms, que saiu de Berlim com o Urso de Ouro (Cinesesc: 25/10, 22h. Frei Caneca: 26/10, 21h20; 27/10, 19h15; 28/10, 19h20. Cinearte: 30/10, 16h45). Confira, abaixo, uma crítica do filme:

O israelense Nadav Lapid assina seu terceiro filme com Synonyms (foto acima). Paris exerce uma atração irresistível no imaginário planetário. Mas não é fácil lançar um olhar novo sobre lugares tão frequentados, mesmo por quem só os conhece pelo olhar de outro. Nadav conseguiu. Seu filme tem muito de autobiográfico – o desgosto com os rumos da sociedade israelense. Um antigo soldado tenta construir vida nova na França. Na verdade, talvez esteja apenas tentando fugir da vida que levava em Israel. O filme é sobre sua adaptação em Paris. Ele carrega um dicionário. Checa cada palavra, tentando expandir seu vocabulário – os tais sinônimos do título. Uma fábula de pertencimento. Um homem que tenta encontrar seu lugar no mundo, mas que antes tem de encontrar a si mesmo.

O jovem Tom Mercier é quem faz o papel de Yoav. Tem temperamento e ‘physique du rôle’. Não se intimida de aparecer nu, e, na verdade, é assim que o jovem chegado à terra estranha se sente quando roubam suas coisas. Mais um pouco e ele renasce na casa de um casal, um aspirante a escritor e sua namorada música. O trio conversa muito, e narrar suas experiências, inclusive no Exército israelense, é outra maneira de Yoav exercitar seu vocabulário.

O filme convida o espectador a compartilhar suas descobertas, e a da língua é certamente das mais fascinantes. Yoav não parece muito atraído pela Paris dos guias turísticos e cartões-postais. Busca uma imersão mais profunda, em áreas até mesmo mais sombrias da cidade chamada de ‘Luz’. É o drama que o consome. Arranja emprego como segurança – no consulado de Israel. Encontra compatriotas, e até se envolve em brigas. É nesses momentos que aflora uma natureza selvagem, bestial, que o jovem busca superar vivendo essa nova vida, nessa cidade que lhe parece mais culta e refinada. Mão nos bolsos, cabeça baixa, Yoav atravessa o filme como expressão de uma revolta profunda, e também de uma esperança de iluminação.

Em Berlim, Lapid contou que procurou muito pelo ator certo. Encontrou-o numa escola de teatro. Mercier é bom com as palavras, mas é melhor ainda quando fala com o corpo, as mãos crispadas, que parecem sempre prontas para desferir um soco. Para Lapid, é um grande passo à frente. Luiz Carlos Merten

APOSTAS

LUIZ CARLOS MERTEN, crítico de cinema do Caderno 2

Hálito Azul. “Rodrigo Areias, por meio de sua produtora Bando à Parte – em homenagem a Jean-Luc Godard -, investiga uma comunidade de pescadores em Ribeira Quente, em Açores. Um mundo e um estilo de vida ameaçados pela proximidade de um vulcão. Beleza e poesia do mar.”

Deus É Mulher, Seu Nome é Petúnia. “Em tempos de empoderamento, uma joia da Macedônia. A diretora Teona Strugar Mitevska conta a história de garota que vence inadvertidamente um ritual católico até então exclusivo para homens e compra briga com a Igreja, o Estado.”

Head Burst. “Um ator como Max Riemelt jamais será indicado ao Oscar, ainda mais num filme como este. A mente atormentada de um pedófilo. Ele é excepcional. E o diretor Savas Ceviz não facilita, com seu desfecho que evoca a moralidade ambígua de Kubrick, de ‘Laranja Mecânica’.”

A Grande Muralha Verde. “O DNA brasileiro na Mostra. Depois da abertura da Olimpíada, outro manifesto ecológico de Fernando Meirelles (mas ele só produz). Jared P. Scott dirige a atriz e cantora Inna Modja, de Mali, numa viagem por áreas recuperadas da África. Militância e música.”

A Vida Invisível. “O candidato brasileiro no Oscar. Gala no Teatro Municipal para Karim Aïnouz. E os 90 anos de Fernanda Montenegro. O filme cresce enormemente quando ela aparece no final. E prepare-se: depois da Dora de ‘Central do Brasil’, Fernanda envolve-se com outras cartas.”

LUIZ ZANIN ORICCHIO, crítico de cinema e colaborador do Estado

Wasp Network. “Olivier Assayas traz a história de agentes cubanos infiltrados em grupos terroristas anticastristas de Miami. Inspirado no livro ‘Os Últimos Soldados da Guerra Fria’, de Fernando Morais, tem no elenco Wagner Moura e Édgard Ramírez, que trabalhou com Assayas no estupendo ‘Carlos’.”

A Vida Invisível. “Hora de conhecer o brasileiro que tenta chegar ao Oscar 2020. Karim Aïnouz chama de ‘melodrama tropical’ a comovente história de duas irmãs vivendo num mundo dominado pelo machismo. Baseado no romance ‘A Vida Invisível de Eurídice Gusmão’, de Martha Batalha.”

Parasita. “Em trabalho muito original, o coreano Bong Joon-Ho mostra como uma família de subempregados se infiltra na casa de uma família rica. A diferença extrema de classes sociais está na base deste drama, que olha o fenômeno por um ângulo novo. É considerado o bicho-papão do Oscar 2020.”

Papicha. “No contexto da Argélia dos anos 1990, Mounia Meddour mostra a luta de uma jovem estudante de moda para se expressar num ambiente dominado pela intolerância religiosa. A tensão e a câmera rente aos personagens dão tom documental a esta ficção baseada em acontecimentos reais.”

Pacarrete. “Allan Deberton conta a tocante história da bailarina idosa que oferece à sua cidade um último espetáculo de sua arte, mas não encontra receptividade. Com Marcélia Cartaxo em estado de graça no papel-título, o filme tem arrebatado prêmios por onde passa. Em Gramado, foram oito.”

UBIRATAN BRASIL, editor do Caderno 2

O Fantasma de Peter Sellers. “Além de genial, o ator era genioso, o que é mostrado, neste documentário, por Peter Medak. Ele lembra como Sellers tentou sabotar a comédia ‘O Fantasma do Sol de Meia-noite’, que eles rodaram em 1973. Os bastidores eram mais engraçados que o filme.”

Adam. “O título é o nome de um adolescente desajeitado, que se envolve, motivado pela irmã, com uma comunidade LGBT de Nova York. Lá, conhece uma garota, que o vê como uma trans. Apaixonado e atordoado, Adam não desfaz o engano, o que resulta em uma
sucessão de erros.”

Andrey Tarkovsky: Uma Oração de Cinema. “Documentário sobre o grande cineasta Andrey Tarkovsky, sob o olhar de seu filho, Andrei. É o próprio pai quem conta a história, compartilhando visões sobre a arte e reflexões a respeito do destino do artista e do significado da existência.”

A Verdadeira História da Gangue de Ned Kelly. “Inspirado no romance de Peter Carey, conta a história de um fora da lei australiano, Ned, que, no século 19, lançou-se na vida de crime – algo comum na Austrália da época, país que nasceu como uma gigantesca colônia penal britânica.”

Honeyland. “Mais um documentário – esse da Macedônia, sobre Hatidze, mulher que cuida de uma colônia de abelhas. A tranquilidade termina quando chegam novos vizinhos: uma família com sete crianças, 150 vacas e máquinas barulhentas. Hatidze tenta, então manter, a paz de suas abelhas.”

Autor: Humberto Abdo; Ubiratan Brasil e Luiz Carlos Merten
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