Alagoas
Presidente do Coren-AL afirma “enfermeiro tem base legal para inserir DIU”
O presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Alagoas (Coren-AL), Renné Costa, rebateu as declarações dadas à imprensa pelo Conselho Regional de Medicina (Cremal) e pelo Conselho Federal de Medicina, sobre a legalidade do enfermeiro inserir o DIU, dispositivo intrauterino.
Em agosto, o Coren-AL capacitou 11 enfermeiros em Penedo e Arapiraca sobre consultas ginecológicas com o foco na saúde reprodutiva e na inserção de DIU, o dispositivo intra-uterino, por enfermeiros.
As duas prefeituras aderiram o protocolo e após o curso podem oferecer esse serviço pelo Serviço Único de Saúde (SUS) para a população. O projeto pioneiro foi idealizado pelo Coren-AL, financiado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e apoiado pela Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (Abenfo), seccional Alagoas.
O Cremal afirmou em texto enviado à imprensa que a inserção de DIU é procedimento exclusivo do médico e que entraria com uma ação civil pública. As duas prefeituras já receberam uma notificação extraoficial. Porém, a afirmação vai de encontro com a recomendação do Ministério da Saúde (MS).
“Temos todas as bases legais: a nossa Lei de Exercício profissional, os pareceres técnicos do Conselho Federal de Enfermagem, além da nota técnica do Ministério da Saúde. Com o enfermeiro apto a realizar esse procedimento, conseguimos ampliar a política nacional dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos, além de prestar uma assistência qualificada”, afirmou o presidente do Conselho Regional de Enfermagem em Alagoas.
A Nota Técnica N° 5 de 2018, do MS, publica o Manual Técnico para Profissionais de Saúde – DIU com Cobre TCu 380A, que contribui com conteúdo teórico para a qualificação dos profissionais de saúde Enfermeiros, Médicos, agentes fundamentais na execução desta ação.
Neste sentido, a inserção do DIU pelo enfermeiro capacitado é legal no que compreende prescrever, inserir, avaliar e remover o dispositivo durante Consulta de Enfermagem ginecológica e esse direito está assegurado na Constituição Federal, Leis Federais e Normativos Legais.
Para o presidente do Coren-AL, Renné Costa, a enfermagem é importante na mudança de indicadores e contribui, significativamente, para a redução da mortalidade materna e infantil do país.
“Nós vamos fortalecer os cuidados de enfermagem em ginecologia no Estado. A intenção é ampliar o acesso de mulheres a esse tipo de serviço, reforçando o estado de bem-estar social, garantido as Leis que asseguram o direito ao acesso à saúde da população brasileira, em especial a saúde sexual e reprodutiva de mulheres e homens”, destacou Renné.
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