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Caixa diz que linha de crédito imobiliário com TR tinha risco no longo prazo
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que as linhas de crédito imobiliário atuais, em que a Taxa Referencial (TR) é utilizada para atualização dos saldos devedores, possuem um risco de longo prazo. “A TR não estava bem definida, ela gerava risco para créditos de 10, 20, 30 anos”, disse Guimarães.
Na tarde desta terça, em evento com a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o presidente da Caixa anunciou o lançamento de linhas de crédito com o IPCA – o índice oficial de inflação – como indexador, no lugar da TR. Com isso, os juros cobrados serão menores.
Guimarães ressaltou, em coletiva de imprensa, que o uso do IPCA nos contratos imobiliários permitirá que o crédito seja renegociado – é a chamada securitização, que no Brasil engloba uma parcela pequena, perto de 10%, dos contratos. “Se conseguirmos fazer a securitização, vamos elevar o crédito imobiliário. (Com a securitização), todos os bancos podem aumentar a carteira de crédito imobiliário”, acrescentou Guimarães, lembrando que o banco poderá reduzir seu risco ao vender o crédito a terceiros. “Se você tem uma taxa referencial que não é clara, fica difícil fazer a securitização”, acrescentou. “Estimamos que 50% do que originamos, a gente venda no mercado imobiliário (via securitização)”, disse.
A TR é calculada com base em uma fórmula que leva em conta a Taxa Básica Financeira (TBF). A metodologia foi alterada em janeiro do ano passado pelo Banco Central, que estabeleceu que a TBF será calculada com base nas Letras do Tesouro Nacional (LTN) negociadas no mercado, que estejam registradas no sistema Selic e tenham prazo de vencimento de um mês. Calculada a TBF, a TR será conhecida a partir da aplicação de um redutor. A determinação deste redutor está ligado ao Conselho Monetário Nacional (CMN). Nos últimos meses, a TR está em zero.
“A TR continua (nos contratos). Agora, você tem mais uma opção de mercado. Você passa a carregar o IPCA, que é o índice de preços que corrige tudo o que consumimos”, explicou o vice-presidente da Habitação da Caixa, Jair Mahl. “A mudança é significativa. Tornamos inclusive atrativo para quem optar pelo sistema (de amortização) Price”, acrescentou. Segundo a Caixa, a taxa mínima de juros, disponível ao setor público, será de 2,95% mais o IPCA. Já o setor privado terá acesso a uma taxa mínima de 3,25% mais IPCA nos financiamentos.
“O cliente do banco pode pegar o financiamento pela TR ou pelo IPCA”, pontuou Guimarães. “Há imaginação de que a TR é zero. Ela foi zero nos últimos meses. Se tiver volatilidade pela inflação, a TR também vai subir”, acrescentou.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, participou de cerimônia de lançamento, pela Caixa Econômica Federal, de linhas de crédito imobiliário com atualização pelo IPCA – o índice oficial de inflação. A novidade, disponível para contratos a serem firmados no âmbito do SFH e do SFI, surge na esteira da permissão, dada na semana passada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), para que índices de inflação sejam utilizados no lugar da TR.
Autor: Fabrício de Castro
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