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PF barra reestruturação de facção criminosa em presídios de Roraima

10/07/2019

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira, 10, a Operação Hipaspistas, para impedir a reorganização de uma facção criminosa que atua dentro e fora do sistema penitenciário do País. A investigação é um desdobramento da Operação Érebo, que identificou os responsáveis por ataques em cidades de Roraima em junho do ano passado.

Agentes cumprem 63 ordens expedidas pela Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas da Justiça Estadual em Roraima – 35 mandados de prisão preventiva e 28 de busca e apreensão – em Boa Vista, Rorainópolis, Caracaraí e Mucajaí (RR), Santos (SP), Londrina e Ponta Grossa (PR).

Mais de 150 policiais federais participam das ações que contam ainda com o apoio do Departamento Penitenciário Nacional, da Divisão de Inteligência e Captura da Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima e do Ministério Público Estadual.

A investigação é um desdobramento da Operação Érebo, que cumpriu 45 mandados de prisão preventiva em Boa Vista e em Mossoró (RN) em novembro de 2018 e mapeou a estrutura da organização criminosa em Roraima que teria sido responsável por atentados que ocorreram em pelo menos cinco dos quinze municípios do Estado em julho do ano passado.

Na época, delegacias, prédios da Polícia Militar, agências bancárias e prefeituras foram atacados com coquetéis molotov. Segundo a Polícia Federal, as ordens para os ataques teriam partido de dentro da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, maior penitenciária de Roraima, e foram dadas após a autorização do responsável pela organização no Estado, que estava preso no Presídio Estadual de Piraquara, no Paraná.

Após a operação Érebo, a facção criminosa teria começado a se reestruturar em Roraima, inclusive com a indicação de novos líderes, informou a PF. A investigação acompanhou o processo e identificou novamente a atuação dos principais membros da organização. As atividades do grupo são coordenadas por lideranças de outros Estados, indicou a Polícia Federal.

De acordo com a PF, as prisões dos investigados “vão garantir a manutenção da redução das atividades da facção no Estado”. A maior parte dos alvos da Operação Hipaspistas já possui indiciamentos ou condenações por outros crimes.

A investigação apura os crimes de participação em organização criminosa, com uso de arma de fogo e agravamento de pena para os chefes do grupo, e de tráfico de drogas. As penas, somadas, podem ultrapassar os 25 anos de prisão, informou a PF.

Segundo a Polícia Federal, o nome da operação remete às unidades de elite do exército macedônico “que foram decisivas na batalha de Gaugamela (331 a.c.)”. “Mesmo em desvantagem numérica de 5:1 a favor do exército de Dario III, as forças do imperador Alexandre derrotaram o exército opositor centrando sua estratégia na liderança persa”, afirmou a PF.

Autor: Pepita Ortega
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