Alagoas

Horticultura promove a ressocialização de socioeducandos em Alagoas

16/07/2019
Horticultura promove a ressocialização de socioeducandos em Alagoas

Adolescentes que cumprem medidas socioeducativas em Unidades de Internação de Alagoas têm redescoberto no cultivo de vegetais o valor da responsabilidade, da autonomia e do trabalho em equipe. A horticultura é mais um projeto implementado pela Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), por meio da sua Superintendência de Medidas Socioeducativas (Sumese) e tem alcançado bons resultados no processo de ressocialização dos adolescentes.

No contato com a terra, eles encontram alívio físico e mental e colhem resultados que vão além do plantio, como explica a gerente de Desenvolvimento Integral da Sumese, Cássia Moreno. “As hortas trouxeram uma força pedagógica muito forte para a medida socioeducativa, uma vez que gera nos socioeducandos o senso de responsabilidade e cooperação. Desse modo, a atividade se propõe, não apenas a ocupar o tempo ocioso, mas a construir pessoas mais conscientes e responsáveis”, disse.

Nas hortas, eles cultivam uma variedade enorme de legumes, frutas e hortaliças, como batata, macaxeira, repolho, alface, tomate e coentro. O adolescente C.A.T, de 17 anos, é um dos mais empenhados no cultivo e afirmou que a atividade pode até se tornar uma profissão. “Eu gosto muito desse contato com a natureza e enquanto estiver aqui quero aprender mais. Quem sabe, eu venha a trabalhar nesse ramo quando sair”, afirmou.

O supervisor de Esporte, Cultura e Lazer da Sumese, Thiago Éric, destaca que a implantação da horticultura teve início com a gestão da Seprev na coordenação das medidas socioeducativas. Thiago classifica a prática como Laborterapia, que é o método terapêutico e educacional que utiliza o trabalho para o desenvolvimento dos socioeducandos.

“Esta atividade laborterápica deu uma diferenciada em tudo o que já havíamos feito até agora, e tem um efeito muito positivo no equilíbrio dos sentimentos e na autoestima, além de trabalhar a conduta dos socioeducandos. É perceptível a satisfação deles com o plantio e este aprendizado tem sido um incentivo para o desenvolvimento de outras habilidades”, explicou Thiago Éric.

Com 15 anos, o socioeducando A.S.C. comprova os benefícios da horticultura: “Tem hora que estamos meio desanimados, então vimos para horta e ficamos tranquilos. O cuidado com as plantas ajuda a ocupar a mente e ainda comemos o que é produzido, o que é muito bom”.

Para o supervisor da Unidade de Internação Masculina Extensão (UIME 3), Walnei de Melo, que acompanha os adolescentes na unidade, o trabalho de plantar, colher e consumir está funcionando muito bem com os garotos, que passam mais tempo ocupados e fora do alojamento. “É perceptível como contribuiu para a disciplina dos garotos, o que conta muito para o período avaliativo”, relatou.