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Conheça os homenageados da primeira Flifev

31/07/2019
Conheça os homenageados da primeira Flifev

Cora Coralina é uma das homenageadas do evento. Foto: Contos Cora Coralina

A Festa Literária de Fernão Velho, a I Flifev, será realizada no bairro histórico de Maceió pela primeira vez a partir desta quinta-feira (01). O projeto é uma iniciativa da Associação Cultural Alagoa do Sul, com o apoio da Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) e da Secretaria Municipal de Educação (Semed). Os homenageados serão a poetisa Cora Coralina e o professor José Fernandes de Lima, antigo reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e secretário de educação de Sergipe na gestão de Marcelo Deda.

Nascido em Maceió em 7 de fevereiro de 1949, José Fernandes de Lima, que décadas depois viria a ser conhecido como Professor Lima, foi criado no bairro de Fernão Velho. Crescido às margens dos muros da Fábrica Carmen, a primeira tecelagem de Maceió – que funcionou por mais de 150 anos e na qual a mãe trabalhou -, Fernandes de Lima se tornou professor ainda durante o colégio, quando cursava a oitava série. Na ocasião da falta de algum mestre, ele prontamente era convocado para substitui-lo.

Depois de muitas graduações e especializações, ele foi aprovado na Universidade Federal de Sergipe e se tornou professor. Anos depois, assumiu a função de reitor, entre 1996 a 2004, quando marcou seu nome ampliando o número de alunos e cursos, melhorando o índice de qualificação docente e desenvolvendo grande aproximação com a sociedade, tendo considerável influência nos rumos políticos do estado.

Assumiu, no final de 2004, o cargo de Diretor de Programas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Ministério da Educação, onde ficou até o fim de 2006, quando voltou a Aracaju para assumir o cargo de Secretário de Educação na gestão de Marcelo Deda.

Já Cora Coralina, ou Ana Lins dos Guimarães Peixoto, também deixou Goiânia, sua cidade, para voltar depois. Entretanto, teve uma trajetória diferente de Fernandes de Lima. Saiu de lá fugida, de amores com um homem divorciado, em 1911.

Cora Coralina só publicou seu primeiro livro em 1965, quando tinha 75 anos de idade. Antes, fez publicações em revistas de pequena circulação, dentre as quais algumas que ela mesma editava. “O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais” só ganharia repercussão no início da década de 80, quando recebeu elogios públicos do poeta e cronista Carlos Drummond de Andrade. Em 1983, com o livro “Vintém de Cobre: Meias Confissões de Aninha”, recebeu o Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano, entregue pela União Brasileira de Escritores (UBE).

Cora Coralina faleceu em Goiânia, Goiás, no dia 10 de abril de 1985. A casa onde morou é, hoje, um museu que guarda grande acervo de sua vida.