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Projeto da USF do São Jorge promove interação e saúde para usuárias
Com o objetivo de proporcionar uma atividade para interação, saúde e ainda trazer renda, surgiu o projeto “Do criar ao cuidar: Um novo modo de produzir saúde e renda”. Desenvolvido pelas servidoras da Unidade de Saúde da Família José Maria de Vasconcelos Neto, localizado no São Jorge, o projeto contou com a 2ª exposição e comercialização dos produtos artesanais confeccionados pelas mulheres do grupo, nessa quarta-feira (29).
Com apenas três meses de existência, as atividades já trouxeram benefícios na saúde das participantes, como conta a usuária Ana Carla Rocha.“Eu estava com depressão e vim ao médico achando que tava com problema no coração. Então, ele me convidou para participar do grupo, eu vim conhecer e me encantei, porque eu gosto muito de artesanato e já trabalho com isso em casa”, relembrou.
“Isso para mim é muito importante, porque eu me distraio, me empenho muito e aos poucos estou me curando da depressão. O remédio para ansiedade já tá diminuindo e também mudou meu temperamento, comportamento e humor. Primeiro Deus, mas depois as meninas e o grupo salvaram a minha vida”, afirmou a usuária.
A técnica de enfermagem Rosenilda Nascimento é a idealizadora do projeto. Ela conta que a ideia surgiu após perceber que muitas usuárias iam até a unidade para conversar, por se sentirem sozinhas.
“O meu sonho sempre foi reunir a comunidade. A gente já é muito ligado aos pacientes e eu sempre gostei muito de artesanato. Depois que eu vi que muitas mulheres vinham aqui não só para se consultar, mas que queriam ser ouvidas e conversar, eu resolvi criar esse grupo para gente falar das coisas do nosso dia a dia, de questões de saúde e também produzir algo que traz renda”, explicou.
O grupo se encontra às quartas-feiras para interagir e produzir diversos materiais em artesanato. Além de promover renda, o projeto traz socialização entre a comunidade e serve como terapia, auxiliando na saúde mental das pacientes.
“Surgiu essa ideia de confecção de produtos, mas que trouxe uma terapia para as pessoas. É um momento de diálogo, bordando e conversando, falando das nossas dificuldades e problemas. Podemos comparar com grandes procedimentos para salvar a vida das pessoas. Aqui, em um ato tão singelo, a gente também tá salvando vidas e proporcionando saúde”, pontuou o médico da unidade Valmir de Melo.
O psicólogo Ademir Ferreira, do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf), reitera a importância do grupo para a saúde mental das usuárias. “Muitas me procuravam porque estavam com depressão, se sentiam sozinhas e não tinham uma atividade. Agora elas já vêm e participam daqui, fazem amizades e melhoram, inclusive, o autocuidado e autoestima”.
Lenir Maria da Silva é mais uma das usuárias que viu sua vida transformada após começar a participar do grupo, tanto aprendendo, como ensinando. “Eu gostei muito, porque eu tava em casa, trancada e não queria sair. Foi quando a Rose[técnica de enfermagem] me chamou pra participar e como eu sei fazer crochê, também passei a ensinar. Eu tava com pânico de sair de casa, mas hoje eu aprendi um monte de coisas com elas, ando de ônibus e vou pra igreja. Melhorei 100%, porque de repente saiu aquela tristeza. Eu digo que foi uma benção, que me restaurou”, relatou.
Para a diretora da unidade Verônica Oliveira, o projeto tirou as mulheres da ociosidade em que elas viviam. “Nós vemos no próprio depoimento delas que elas melhoraram muito e o reflexos vêm sendo positivos também pra unidade, porque têm evitado marcação de exames e consultas que elas não precisavam”, disse.
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