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Obra de Nelson Rodrigues é traduzida para inglês britânico

13/06/2019
Obra de Nelson Rodrigues é traduzida para inglês britânico

Com uma linguagem profundamente identificada com o subúrbio carioca dos anos 1950, o dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980) é pouco conhecido em outra língua que não a portuguesa, o que impede a divulgação de sua importante obra. Mas, para provar que nem toda unanimidade é burra, o escritor pernambucano terá sete de suas peças traduzidas pela primeira vez para o inglês britânico. E o lançamento acontece nesta quinta, 13, na embaixada brasileira em Londres, onde acontecerá o Nelson Rodrigues Festival London 2019.

Até sexta, 14, uma série de eventos vai marcar o acontecimento. Assim, no primeiro dia, além do lançamento do livro (que contém as peças Vestido de Noiva, Perdoa-me por Me Traíres, Toda Nudez Será Castigada, Os Sete Gatinhos, Valsa Número 6, Anjo Negro e Álbum de Família), haverá ainda uma leitura dramatizada de Vestido de Noiva, dirigida por Ramiro Silveira, brasileiro radicado em Londres e organizador do evento ao lado de Sacha Rodrigues, neto do escritor. O evento é apresentado pela Fundação Cesgranrio, em parceria da produtora Turbilhão de Ideias Entretenimento, além da própria embaixada.

“É inegável que as peculiaridades da escrita rodriguiana sejam um desafio para qualquer tradutor”, comenta Almiro Andrade, que assumiu a função ao lado de Susannah Finzi e Daniel Hahn. “Não houve uma escolha específica de uma linguagem datada no inglês; apesar disso, por estar sendo traduzida na Inglaterra, a escolha de palavras se deu pelo vocabulário emotivo de seus respectivos tradutores.”

Segundo Andrade, a tradução teatral apresenta um desafio maior que a literatura e a poesia pois não se encerra no texto. “Nelson certamente reinventou o modo de enxergar e retratar a sociedade brasileira de sua época em cena. Sua habilidade com a língua e os coloquialismos gerados a partir de sua obra são inúmeros”, disse ele, que vê proximidade do brasileiro com obra de britânicos como Sarah Kane, Caryl Churchill, ou Mark Ravenhilll.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.