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Mudança climática ameaça Himalaia
O aquecimento global tem ameaçado em escala preocupante as geleiras do Himalaia – mais alta cadeia de montanhas do planeta, onde fica a mais alta delas, o Everest -, alerta novo estudo publicado na revista Science Advances. Desde o início do século, as geleiras têm perdido quase meio metro de gelo ao ano – o dobro do derretimento de 1975 a 2000.
O trabalho é de cientistas da Universidade de Columbia (EUA). Estendendo-se por 2 mil quilômetros e concentrando 600 bilhões de toneladas de gelo, o Himalaia é muitas vezes chamado de “terceiro polo”.
As geleiras desse conjunto de montanhas contribuem com o abastecimento de água de cerca de 800 milhões de pessoas. Nos últimos anos, revela o estudo, as geleiras perderam 8 bilhões de toneladas de água anualmente.
Tamanha perda já ameaça o abastecimento em toda a Ásia, onde a água de geleiras é usada não só para beber, mas também para a irrigação e a geração de energia. Há ainda risco mais imediato de inundações, segundo explicou o principal autor do estudo, Joshua Maurer.
“Conforme o gelo derrete, se formam enormes lagos que já estão afetando as comunidades locais”, disse o pesquisador. “Se entrarem em colapso, podem causar inundações graves, com consequências severas para as comunidades.”
Os cientistas revisaram 40 anos de observações via satélite na Índia, na China, no Nepal e no Butão. O grupo constatou a rápida retração das geleiras desde 2000 em razão de um aumento médio de temperatura de 1°C na região.
“Este é um dos retratos mais claros da situação vistos até agora sobre a rapidez do derretimento da cobertura de gelo do Himalaia”, afirmou Joshua Maurer à rede de TV americana CNN. “O aquecimento da atmosfera parece, realmente, ser a principal razão para a perda de gelo.”
Na última semana, a imagem de um trenó de gelo puxado por cães no meio da água se espalhou pelas redes sociais e também se tornou um símbolo dos efeitos do aquecimento global. Segundo o cientista do Instituto de Meteorologia da Dinamarca Steffen Olsen, que fez a foto no dia 13, nesta época do ano a região ainda estaria completamente coberta de gelo. No Twitter, Olsen lembrou que as comunidades da região dependem do gelo “para transporte, caça e pesca”.
De acordo com cientistas, a Groenlândia perdeu 40% de sua cobertura de gelo em apenas um dia – movimento atípico para esta época do ano. Normalmente, a maior parte do degelo sazonal na região costuma ser no mês de julho.
Autor: Roberta Jansen
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