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HGE orienta sobre o que fazer ao sofrer queimaduras durante festas juninas

14/06/2019
HGE orienta sobre o que fazer ao sofrer queimaduras durante festas juninas

A desatenção de colocar fogos de artifícios no bolso do short, calças ou saias pode acarretar riscos para crianças ou adultos. Nas festas juninas de 2018, João Victor Pereira, na época com 10 anos, cometeu esse deslize que o levou para o Hospital Geral do Estado (HGE) com queimaduras de segundo e terceiro graus. E esta é só uma das formas de se queimar durante os festejos juninos. Por isso, atenção e cuidado são fundamentais durante o período, segundo alerta a medica Josenilda Marques, que atua no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió.

De acordo com ela, a prevenção é a única maneira de se evitar lesões tão dolorosas como as queimaduras. Sendo assim, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), através da equipe multidisciplinar do HGE, promove neste sábado (15), entre 9h e 12h, um evento de prevenção às queimaduras, que será realizado com apoio da Ong Visão Mundial, Projeto Sorriso de Plantão e Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBM/AL).

“Os acidentes envolvendo fogos de artifícios podem acarretar queimaduras de grande proporção, levando a longo período de internação ou até mesmo ao óbito. Crianças não devem fazer uso de fogos de artifícios, mas, caso os pais utilizem os mais simples, o uso deve ser sempre com a presença de um adulto”, recomendou a médica Josenilda Marques.

Dados do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do HGE, no que se refere a queimaduras com explosivos nas festas juninas, mostram que, em 2017 foram atendidas sete pessoas com queimaduras, cinco mais leves, onde os pacientes passaram por cuidados ambulatoriais. Dois casos, no entanto, exigiram grande atenção. Em 2018, a unidade hospitalar atendeu 14 pessoas queimadas, 11 delas fizeram atendimento ambulatorial e três ficaram internadas, com queimaduras mais graves.

Cuidados – A queimadura deve ser sempre considerada uma ocorrência grave, que não está somente ligada à extensão, mas também à profundidade e ao local atingido. Edgleide Castro, também médica do CTQ do HGE, adverte que, no momento que ocorre a queimadura, a região queimada seja colocada em água corrente imediatamente.

“Antes de se dirigir até o local especializado, é necessário interromper o processo de queimadura com água fria (não gelada) e buscar orientação profissional. Uma queimadura de terceiro grau, por exemplo, pode lesionar os tecidos nervosos, resultando na perda dos movimentos de um membro atingido”, explicou.

A médica acrescentou que, após a limpeza e resfriamento da região atingida, deve-se seguir direto para o centro de tratamento especializado, sem colocar sobre a queimadura nenhum produto caseiro ou outros sem indicação médica. Essa prática pode dificultar a avaliação e tratamento correto das lesões, além de aumentar o risco de infecção.

Dados do Centro – Os números gerais de atendimentos revelam que, em 2017, o HGE atendeu 629 pessoas vítimas das mais diversas espécies de queimaduras, 573 fizeram tratamento ambulatorial no CTQ e 263 ficaram internadas com queimaduras mais graves. Em 2018 deram entrada no hospital 635 pessoas com queimaduras, 581 fizeram tratamento ambulatorial e 257 ficaram internadas.

Este ano a unidade recebeu 258 vítimas de queimaduras até maio, 227 fizeram ou estão fazendo tratamento ambulatorial no CTQ e 110 ficaram ou estão internadas. É o caso de Leandro Cardoso de Oliveira, de 29 anos, operador de máquinas. No último dia 1º de junho, ele foi vítima de um acidente de trabalho na indústria alimentícia que desempenha suas funções profissionais.

“Eu estava limpando uns tanques, colocando água quente e soda cáustica, porque fazemos uso de três substâncias para a limpeza. Daí teve uma reação e o líquido explodiu”, contou o operador de máquinas, que teve 30% do corpo queimado.

Em sua maioria, as queimaduras de Leandro foram de 2º grau, segundo explicou a médica Josenilda Marques. De acordo com ela, as queimaduras de primeiro grau são causadas, geralmente, por excesso de exposição ao sol. As de segundo grau causam bolhas e devem ser tratadas clinicamente. As mais graves, de terceiro grau, além de queimar a pele, destroem as terminações nervosas.

A médica também relatou que, o atendimento no HGE a crianças queimadas, em geral, é por acidentes domésticos. “Vítimas de líquidos ferventes, leite, feijão, café ou queimaduras por choque elétrico. O ideal é proteger as entradas de tomadas e fiscalizar as crianças no ambiente doméstico, não permitindo a entrada na cozinha, por exemplo”, aconselhou.

O Centro de Tratamento de Queimados do HGE possui profissionais de várias áreas de atuação em saúde, correspondendo à visão mais atual das necessidades deste tipo de paciente. Com 16 leitos específicos para o tratamento de queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus, a unidade dispõe de toda a infraestrutura necessária para atendimento do mais alto nível médico-hospitalar.