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Criada há 5 anos, Akqa leva 2º Grand Prix
Um nome diferente vem aparecendo com mais frequência na lista das premiações mais importantes do Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade. É o da agência Akqa, que chegou ao mercado há cinco anos e foi formada por publicitários que saíram da Ogilvy Brasil. A empresa ganhou nesta quarta-feira (19) seu segundo Grand Prix (Grande Prêmio) do festival em 2019, na categoria Media Lions, com uma campanha para a Nike.
Comandada pelos brasileiros Diego Machado e Renato Zandona, além do português Hugo Veiga, a filial brasileira da Akqa trabalha em um formato diferente da maioria das agências. Para começar, aceita trabalhos em forma de consultoria – caso seja necessária a compra de mídia para algum cliente, o trabalho é repassado a um terceiro. No caso da campanha do modelo AirMax a partir de um conceito que celebrava os talentos do grafite nacional, a veiculação foi coordenada pela Wieden+Kennedy.
A campanha que trouxe o segundo Grande Prêmio à Akqa em dois dias – o primeiro havia sido para o lançamento do segundo álbum do rapper Baco Exu do Blues – foi realizada em São Paulo. Usou tanto a conexão da AirMax com a arte de rua quanto o debate gerado pela decisão do então prefeito (e hoje governador João Doria) de apagar parte dos grafites das ruas de São Paulo. No início deste ano, a 12ª Vara da Fazenda Pública da capital condenou Doria e a prefeitura a uma indenização de R$ 782,3 mil pela remoção dos grafites.
Tudo isso ajudou a chamar a atenção para o projeto, que tinha também um claro objetivo: ao contrário do que ocorria nos Estados Unidos, ainda havia certa resistência do brasileiro a comprar online. Por isso, para celebrar os novos modelos AirMax, a agência adicionou os tênis a desenhos que já existiam na cidade. Para poder comprar um par dos novos tênis, o usuário tinha de ir até o desenho e fazer o pedido pelo celular – os produtos ficaram disponíveis só nesta plataforma.
Para ganhar o Grand Prix em Media Lions, a peça da Akqa bateu 2.196 peças publicitárias, de 66 países. A presidente do júri de Media Lions, Karen Blackett, disse que a campanha foi escolhida porque teve um grande alcance (atingindo 80 milhões de pessoas) e também conseguiu se tornar “parte da cidade”. Isso ocorreu, segundo Machado, porque, além de fazer intervenções em grafites já existentes, a campanha teve uma segunda fase na qual alguns dos desenhos apagados da Avenida 23 de Maio foram devolvidos em um mural localizado atrás do Masp, nas proximidades da Avenida Paulista. Com os 24 Leões angariados ao longo do dia de ontem, o País chegou a um total de 65 prêmios acumulados em Cannes Lions 2019.
Autor: Fernando Scheller, enviado especial
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