Alagoas

Decreto das armas: discussão sobre flexibilização deve ficar para outro momento, avalia Jó

23/05/2019
Decreto das armas: discussão sobre flexibilização deve ficar para outro momento, avalia Jó

Deputada Jó Pereira

Em pronunciamento na sessão desta quarta-feira (22), na Assembleia Legislativa, a deputada Jó Pereira (MDB) questionou o decreto, do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que flexibiliza o porte e a posse de armas de fogo no país. Ela também parabenizou Renan Filho (MDB) e os outros 13 governadores que assinaram a carta – lida na íntegra pela parlamentar – pedindo a revogação da medida e a adoção de uma efetiva política de armas e munição.

Para a deputada, além de não levar em consideração todas as consequências que a ampliação do acesso pode provocar, o decreto surge em um momento onde a pauta prioritária é outra e sem ter como base medidas essenciais e políticas estruturantes de controle de armas e munições, de fortalecimento das polícias e dos mecanismos de fiscalização e rastreamento, e da integração da segurança pública em geral.

“É importante, neste momento, que o governo federal foque esforços na recuperação da economia, na reforma da Previdência, reforma Tributária e, principalmente, na educação… Assim que todos nós olharmos o fim do túnel dessa grave crise que nosso país atravessa, assim que diminuir esta extrema polarização, esse processo de intolerância, o país terá condições de discutir com mais equilíbrio pautas como esta das armas. É hora de sairmos da crise e não de agravarmos com pautas polêmicas e periféricas. É hora de gerar empregos, de recuperar a confiança, unir. Promessas de campanha podem esperar o melhor momento, e que venha logo este melhor momento, para o bem de todos nós”, analisou Jó.

Segundo a parlamentar, as medidas previstas no decreto também poderão ter um impacto negativo nos índices de violência, aumentando os casos de armas legais nas mãos de criminosos e o risco de brigas e discussões terminarem em tragédia. “No Brasil o aumento do uso das armas em circulação se comunica diretamente com o aumento da criminalidade e da violência”, pontuou, provocando a reflexão: “Estamos preparados para essa ampliação? Temos os mecanismos de controle eficientes?”.

Após ser aparteada por vários colegas, a maioria em defesa do decreto, Jó reforçou que a flexibilização deve ser discutida com mais responsabilidade e tranquilidade, em outro momento: “Se nosso estado democrático de direito não consegue sequer controlar a arma ilegal, como vai ser imposto a esse estado o controle das armas legais, algo não planejado? É uma promessa de campanha do atual governo e deve ser atendida ou pensada, mas não enquanto política de segurança pública. Não é o momento… O momento é de gerar emprego… Ampliar armas e munições não é pauta prioritária. A agenda prioritária é outra”.

O pronunciamento da deputada foi aparteado pelos deputados Cabo Bebeto (PSL), Bruno Toledo (PROS), Francisco Tenório (PMN), Tarcizo Freire (Progressistas), Galba Novaes (MDB) e pela deputada Cibele Moura (PSDB).