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Bolsas da Europa fecham sem sinal único, com desdobramentos de China-EUA e Brexit
As bolsas da Europa fecharam o pregão desta quinta-feira, 4, sem direção única, influenciadas pela divulgação de dados econômicos negativos na Alemanha, a perspectiva de corte na projeção do Produto Interno Bruto (PIB) italiano, o desenvolvimento das negociações entre China e Estados Unidos e também do processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit).
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,27%, em 387,87 pontos.
Apesar das encomendas à indústria da Alemanha terem apresentado forte queda de 4,2% em fevereiro ante janeiro, de acordo com dados divulgados pela agência de estatísticas do país, a Destatis, frustrando os analistas consultados pelo Wall Street Journal, que esperavam alta de 0,5% no indicador, o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, fechou em alta de 0,28%, aos 11.988,01 pontos. A ação do Commerzbank ajudou a conter as perdas motivadas pelo dado negativo e subiu 3,42%, após a imprensa britânica noticiar que o italiano UniCredit prepara uma oferta multibilionária pelo banco alemão, caso as conversas sobre a fusão com o Deutsche Bank não evoluam.
Para Cathal Kennedy, economista da RBC Europe, “muitos dos recentes problemas na indústria alemã advém da desaceleração da economia chinesa”. Kennedy afirma, no entanto, que a melhora dos indicadores da China nos últimos dias tende a zerar as perdas da indústria na maior economia da Europa.
Nesse sentido, novidades sobre as negociações comerciais sino-americanas ajudaram a melhorar o ambiente econômico, após o vice-presidente executivo da Câmara Americana de Comércio, Myron Brilliant, afirmar mais cedo que as duas maiores economias do mundo caminham para uma resolução definitiva nas conversas retomadas na quarta, em Washington, com o vice-premiê chinês, Liu He. Brilliant disse que é possível que o presidente americano, Donald Trump, defina ainda nesta quinta uma data para o encontro com o presidente da China, Xi Jinping, o que seria um sinal de que “os lados estão muito próximos de um acordo”.
Na bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em queda de 0,22%, aos 7.401,28 pontos, encerrando uma sequência de cinco dias de alta, pressionado pela insistente incerteza em torno do processo de saída do Reino Unido da União Europeia. O secretário de Estado do Brexit do governo britânico, Stephen Barclay, disse que há um cenário em que o projeto de lei aprovado na quarta na Câmara dos Comuns – e que agora vai para análise na Câmara dos Lordes -, visando excluir a possibilidade de um Brexit sem acordo, “aumenta o risco” de que essa saída turbulenta da União Europeia (UE) ocorra, “acidentalmente”, de forma turbulenta.
Na Itália, o índice FTSE MIB da bolsa de Milão fechou em baixa de 0,23%, em 21.705,60 pontos, em meio a relatos da imprensa local de que o Tesouro da Itália deve cortar sua previsão de crescimento para este ano de 1,0% para 0,1%, de acordo com duas autoridades com conhecimento do panorama preliminar, e aumentar seu déficit orçamentário projetado, de acordo com o esboço de um documento que deve ser aprovado até 10 de abril.
Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 fechou em baixa de 0,09%, aos 5.463,80 pontos, enquanto em Madri o índice IBEX 35 subiu 0,49%, em 9.534,10 pontos. A bolsa de Lisboa também fechou em queda, com o índice PSI 20 caindo 0,39%, aos 5.317,72 pontos.
Autor: Gabriel Wainer
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