Variedades

Outras comemorações incluem a do Belas Artes

05/03/2019

Por mais importante que seja a homenagem do MIS a Cate Blanchett, com dez filmes, pelo Dia Internacional da Mulher – 8 de março -, a data será marcada por outros eventos. Na quinta, dia 7, estreia Diários de Classe, de Maria Carolina e Igor Souza, uma parceria da distribuidora Elo Company com a Cinemark no programa Projeta às 7. O filme, que será exibido em 20 salas de 19 cidades, discute o resgate, pela educação, de mulheres que permaneceriam invisíveis na periferia de Salvador e ainda incita uma reflexão urgente sobre as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

Na sexta, 8, começa a homenagem do Belas Artes – ainda sem patrocínio – ao Mês da Mulher. Nos dias 8, 15, 22 e 29, serão exibidos filmes viscerais, a saber, Cléo das 5 às 7, de Agnès Varda; As Virgens Suicidas, de Sofia Coppola; O Piano, de Jane Campion; e O Pântano, de Lucrecia Martel. Por mais hype que a filha de Francis Ford Coppola tenha se tornado depois, com Encontros e Desencontros e a cinebiografia de Maria Antonieta, seu longa de estreia, de 1999 – há 20 anos -, permanece o mais perturbador. Sofia revela o subúrbio para tentar entender por que garotas, criadas num ambiente superprotegido e aparentemente perfeito, terminam por matar-se. O elenco contribui para a aura do filme – Kirsten Dunst, Josh Hartnett, Kathleen Turner, James Woods.

Jane Campion permanece como a única mulher a ter vencido a Palma de Ouro em Cannes, e foi justamente por O Piano, em 1993 (ex aequo com Adeus, Minha Concubina, de Chen Kaige). Na verdade, duas atrizes, Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux, também receberam o prêmio por iniciativa do então presidente do júri, Steven Spielberg, mas foram Palmas honorárias, pelo trabalho conjunto com o diretor Abellatif Kechiche em Azul É a Cor Mais Quente, de 2013.

Mas os dois melhores filmes da programação são os de abertura e encerramento. O primeiro longa de Agnès Varda, de 1962, é um marco da nouvelle vague. A diretora segue duas horas na vida de uma mulher (Corinne Marchand), em Paris, enquanto ela aguarda o resultado de um exame decisivo de saúde – terá câncer? Cléo é artista e contracena com Bob, o pianista – o recentemente falecido Michel Legrand. Também um longa de estreia, O Pântano, de 2001, aborda conflitos familiares e expõe a sociedade argentina pelo olhar crítico da diretora Lucrecia Martel.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autor: Luiz Carlos Merten
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