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Minorias abraâmicas

27/03/2019
Minorias abraâmicas
A expressão minorias abraâmicas foi criada por Dom Hélder Câmara.
Na política, nas igrejas, nos espaços sociais em geral, a minoria não comanda. Numa visão pragmática, a minoria deve submeter-se à maioria, ainda que essa maioria escravize a minoria.
Através da TV, das emissoras de rádio e dos jornais, podemos tomar conhecimento dos resultados das pesquisas de opinião. Se as pesquisas forem honestas registrarão o pensamento majoritário e o pensamento minoritário.
Dom Helder foi arcebispo em Olinda e Recife nos tempos da ditadura de 1964.
Antes tinha exercido o múnus episcopal no Rio de Janeiro.
Sua saída ou expulsão da mais importante e influente cidade do país não foi explicada, nem tinha de ser explicada, pois Roma detinha, como ainda detém, o poder de mandar um Bispo para onde queira.
Certo é que Dom Hélder foi mal compreendido, tanto pela sociedade dominante, quanto por membros da própria Igreja a que pertencia.
Do seu exemplo e de suas palavras podemos extrair  lições perenes.
Dom Helder nos ensinava que quanto mais escura fosse a noite, mais luminosa poderia ser a madrugada que anuncia o novo dia.
Isso fazia com que nunca desanimasse diante das dificuldades que enfrentava, tanto no nível social e político, como nas relações eclesiais. Ele acreditava na promesssa do profeta bíblico: “o deserto se transformará em jardim”
Mesmo aquilo que, no mundo e ao redor de nós, parece uma situação impossível de ser transformada, pode sim ser superada através do pensamento e do trabalho de base.
Dom Hélder dizia que Deus deu ao ser humano o poder e a responsabilidade de não se conformar com o sofrimento do inocente, mas de combater o mal e a injustiça.
Dom Hélder dizia: “Nenhuma felicidade pode basear-se na infelicidade dos outros, porque ofenderia o sentido de justiça que diz respeito a todos.
Deus deu ao ser humano o poder e a responsabilidade de não se conformar com o sofrimento do inocente, mas de combater o mal e a injustiça.
O mundo não mudará pela ação isolada de líderes esclarecidos e sim pelo empenho comunitário de grupos de resistência e de profecia que se consagrem a transformar o mundo a partir de uma profunda convicção de fé no ser humano e na vida. 
”A última palavra neste mundo não pode ser a morte mas a vida! Nunca mais pode ser o ódio, mas o amor! Precisamos fazer com que não haja mais desespero e sim esperança.
Nunca mais vençam as mãos enrijecidas contra o outro e sim o que o movimento de vocês valoriza: Mãos estendidas! Unidas na solidariedade e no amor para com todos”.
 

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