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Morte de macaco por febre amarela põe em alerta cidades do sudoeste paulista
Depois que o vírus da febre amarela foi encontrado em amostras de um macaco da espécie bugio achado morto, no final de janeiro, em Itapeva, interior de São Paulo, municípios do sudoeste paulista entraram em alerta contra a doença. Em Itapeva, todas as unidades de saúde estão oferecendo a vacina e os postos abriram no último sábado, 9, para atender à demanda adicional.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, não há registro de febre amarela em humanos, mas a presença do vírus no primata exigiu medidas preventivas. A última grande campanha de vacinação contra a doença na cidade, em 2009, imunizou 80 mil pessoas. “Quem já tomou a vacina não precisa tomar novamente. Porém, quem nunca tomou nenhuma dose contra a febre amarela, deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência”, alertou.
Em Itaporanga, na mesma região, a prefeitura intensificou a imunização nos postos e determinou que todas as unidades de saúde do município fiquem abertas no sábado, dia 23, para aplicar a vacina. Em Itararé, a Secretaria de Saúde organizou um rodízio nos postos para oferecer vacinação em todos os bairros. No ano passado, quando a febre amarela se espalhou pelo Estado, infectando 503 pessoas e causando 176 mortes, nenhum município do sudoeste paulista apresentou casos da doença.
Conforme a Secretaria de Estado da Saúde, desde que a febre amarela ressurgiu, em 2016, a doença avançou em suas áreas de ocorrência e, atualmente, todo o território paulista é considerado área de risco, portanto, com recomendação de vacina. O período sazonal, de maior ocorrência da febre amarela, acontece de dezembro a maio.
Casos confirmados
De 1º de janeiro até o dia 4 de fevereiro deste ano, foram notificados 86 casos suspeitos de febre amarela, sendo que 32 casos autóctones foram confirmados. Destes, 9 evoluíram para o óbito, caracterizando uma letalidade de 28,1%. Foram 4 mortes em Eldorado, 2 em Iporanga, 1 em Sete Barras e 1 em Serra Negra. Um óbito confirmado ainda não teve definido o local onde aconteceu a infecção. Há ainda duas mortes em investigação.
Entre os casos confirmados, 90,2% são do sexo masculino, com média de idade de 41 anos e trabalhadores rurais (75%). “Este é o perfil tradicional dos casos de febre amarela silvestre registrados no país”, informa a pasta estadual. Este ano, 96,8% apresentam como local provável de infecção municípios do Vale do Ribeira. Um caso apresenta como local provável de infecção o município de Serra Negra. A vítima, um apicultor de 58 anos, morreu após ficar internado no Hospital da Unicamp, em Campinas. Foram confirmadas infecções em primatas em Iporanga, Itapeva e Pariquera-Açu.
Autor: José Maria Tomazela
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