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Petrobras: prazo das dívidas hoje é de 8 anos; meta é ficar acima de 10 anos
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, defendeu com veemência a necessidade de se reduzir a alavancagem da estatal, além de melhorar a gestão da dívida da companhia, com maiores prazos de pagamentos.
Segundo o executivo, em 2015, a duração média das dívidas da estatal era de cinco anos. Agora, este patamar está em entre 8 anos e 8,5 anos. “Queremos ficar acima de 10 anos”, disse, durante evento do Credit Suisse, nesta terça-feira, 29, em São Paulo.
Conforme o executivo, a meta também é reconquistar o grau de investimento, para, assim, reduzir o custo do capital.
O presidente da estatal também disse preferir ter custos baixos na operação e afirmou que existe a possibilidade de a estatal alcançar tal meta através do próprio desinvestimento de ativos.
Castello Branco afirmou que a área de gestão de portfólio passou a se reportar diretamente a ele, nas últimas semanas. Apesar de a iniciativa ainda precisar passar pela aprovação do conselho, Castello Branco disse não ter enfrentando resistências internas.
“(A medida) é para sinalizar que é prioridade número um da companhia: fazer a gestão ativa do portfólio, para melhorar a gestão do capital”, afirmou.
Ainda falando sobre os desinvestimentos que a empresa pretende fazer, Castello Branco citou Deng Xiaoping: “Não importa se o gato é preto ou branco, mas que mate o rato.”
Privatização da BR
Castello Branco reafirmou a intenção de privatizar alguns negócios da estatal, sobretudo a BR Distribuidora. Questionado durante o evento do Credit Suisse como tal desinvestimento seria feito, disse: “Todas as opções estão na mesa. Vamos estudar aquela que for melhor. Elas serão escolhidas de acordo com o critério de maximização ao acionista”, disse, acrescentando que a venda vai acontecer e eles vão “fazer isso rapidamente”.
Castello Branco foi questionado sobre outro possível desinvestimento prioritário e foi provocado sobre a Braskem. O executivo fez forte sinalização de venda e, quando questionado se o setor petroquímico era estratégico para o futuro da Petrobras, disse: “Pré-sal, sim (é estratégico), petroquímica, não”.
Desde o anúncio do plano de investimentos da estatal, antes mesmo de Castello Branco tomar posse, a companhia já marcou posição no que será seu foco principal, o pré-sal. O executivo também voltou a defender a privatização do refino, algo que, segundo ele, é fundamental para uma maior concorrência no mercado.
Autor: Cristian Favaro e Cristiane Barbieri, especial para a AE
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