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Justiça derruba mudança em censo que favorece Trump

16/01/2019

Um juiz federal bloqueou nesta terça-feira, dia 15, a decisão do governo dos EUA de incluir uma polêmica pergunta sobre cidadania no questionário para a elaboração do Censo de 2020. Para grupos ativistas e democratas, a pergunta tinha o propósito de forçar uma redistribuição de poder político favorável aos republicanos. O governo deve recorrer à Suprema Corte.

A decisão foi tomada após um julgamento de duas semanas em Nova York realizado por causa de uma demanda de vários promotores-gerais e prefeitos, que consideravam que a inclusão dessa pergunta causaria medo entre as comunidades de imigrantes e faria com que o Censo terminasse inexato. Segundo o juiz Jesse M. Furman, o plano do secretário de Comércio, Wilbur Ross, é ilegal.

O Censo, que é renovado a cada dez anos, é uma ferramenta fundamental na hora de determinar a repartição de fundos federais, distribuição de distritos legislativos estatais e de atribuir cadeiras à Câmara dos Deputados, o que define o número de votos no Colégio Eleitoral (o número de delegados no Colégio Eleitoral é a soma do número de deputados que cada Estado tem mais os dois senadores comuns a todos eles).

Oponentes argumentam que adicionar a questão ao Censo – se a pessoa é cidadã americana ou não – poderia minar o direito constitucional de contar cada um, independente de seu status de cidadania. Ela poderia desencorajar não cidadãos de preencher o questionário por temer perseguição.

Estima-se que cerca de 24 milhões pessoas vivam nos EUA sem cidadania, e pouco mais de 11 milhões de maneira ilegal. Uma redução substancial no número de lares que respondem ao censo pode alterar a distribuição de centenas de bilhões de dólares em repasses federais e subsídios.

Porque os não cidadãos tendem a viver em lugares que votam amplamente para democratas, deixá-los de fora da contagem do censo seria como realocar gastos e poder político para áreas republicanas.

Algumas das demandas na Justiça para bloquear a adição dessa questão argumentam que essa mudança é o motivo real para o governo Trump querer a adição dessa questão. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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